Sabe aquela sensação de sair de novo com uma pessoa que você achou o máximo no primeiro encontro, mas aí você começa a perceber os defeitos? Essa foi a minha sensação com o segundo volume de Deuses de dois mundos.
SPOILER FREE
Enquanto O Livro do Silêncio é muito legal por causa do frescor do tema e uma boa escrita, O Livro da Traição simplesmente soou um tanto machista demais. O personagem principal, New, não é mais cativante, é só um cara machista e sem escrúpulos. Confesso que no meio do livro eu comecei a torcer pelas vilãs da história. Ah sim, todas as vilãs são mulheres.
Não sei dizer se isso é culpa apenas do autor ou se a mitologia que ele está usando para criar a história também é machista (isso é sempre um risco…). Mas independentemente disso, a forma como a história é contada pode evidenciar mais ou menos isso, e J.P. Pereira decidiu escrachar de vez. Não foi uma boa escolha na minha opinião.
Veja bem, eu não tenho problemas com anti-heróis, aqueles personagens complexos, que não são 100% bonzinhos nem 100% maus. Eles podem até chegar mais perto do 100% maus. Mas bons anti-heróis tem características que te fazem gostar deles, ou então compreender suas ações (às vezes até concordar!), ou serem simplesmente tão charmosos que não tem como não gostar.
Mas New não tem nada que o redima. Absolutamente nada. É só um cara machista que acha que pode fazer o que quiser e vai conseguir se safar.
Pelo menos a parte mitológica da história é menos ruim. Menos ruim porque, apesar de machista também, os personagens são interessantes e a história é legal e você quer saber o que vai acontecer.
Vou ler o terceiro volume mais por curiosidade do que por gosto. Ah, e não acredite que dá para ler um livro dessa trilogia ser ler os outros. Isso é coisa do marketing querendo vender os outros volumes para quem não leu o primeiro.
Nota 5.