O Céu da Meia-Noite: Um filme sobre solidão

O devastador futuro da humanidade e solitude marcam filme de George Clooney

Com uma única indicação nos Oscars de 2021, a de Melhores Efeitos Visuais, O Céu da Meia-Noite (The Midnight Sky) poderia ser um grande injustiçado da edição. A premissa instigante e o trailer eletrizante prometem um filme arrebatador. Porém, o que temos realmente é apenas um visual muito bonito.

++ Agente Duplo: Lição de vida nível extreme

Augustine (George Clooney) é um cientista que passou sua vida procurando entre os corpos celestes um lugar que pudesse ser um novo lar para o ser humano. Até que em 2049 um incidente obriga as pessoas a deixarem a Terra, e ele decide ficar no observatório do Círculo Ártico para contatar e avisar as equipes que investigavam possíveis novos lares. E de repente, ele que tem uma doença terminal, precisa cuidar de uma menina que ficou para trás enquanto corre contra o tempo para chegar a uma estação onde poderá avisar a espaçonave que está voltando para a Terra.

A trama é sim interessante e por vezes surpreendente. Mas seu grande pecado é ter um ritmo arrastado. Entendo ser uma ferramenta útil para ressaltar a solidão de Augustine, não só no Ártico mas em toda a sua vida. Coisa que passamos a entender através de alguns flashbacks. Porém, em um filme de quase duas horas a primeira metade é angustiantemente lenta e maçante. Só depois da primeira hora é que consegui realmente me prender ao filme.

O Céu da Meia-Noite: Interação entre Clooney e a menina Caoilinn Springall traz leveza à trama

O outro núcleo, a equipe da espaçonave Aether, causa um contraste enorme na trama. Liderado pelo casal Sully (Felicity Jones) e Adewole (David Oyelowo), o grupo mantém uma atmosfera de entrosamento familiar. Assinalando assim uma dose de otimismo para com a humanidade. Por vezes ansiei pelos momentos em que aparecessem na tela. E quando descobrimos uma ligação entre a equipe e Augustine, este se torna o melhor momento.

Não serei injusta com George Clooney, que teve atuação e direção impecáveis. A interação de seu personagem com a menininha Iris (Caoilinn Springall) traz leveza para o filme. Mas enquanto seu trabalho foi magistral, o enredo não cativou. Fazendo o grande mérito de O Céu da Meia-Noite ser a beleza e grandiosidade dos efeitos visuais, que são realmente de tirar o folego.

O filme, que estreou na Netflix em 23 de dezembro de 2020, é inspirado no livro Good Morning, Midnight de Lily Brooks-Dalton lançado em 2016. No Brasil, o livro recebeu o mesmo título que o filme e foi publicado pela editora Morro Branco em março deste ano. 

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Nota: 6,5

Confira o trailer:

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