‘O Cavaleiro do Dragão’: entre antigas fábulas e o mundo moderno

E se dragões tivessem seu lar ameaçado por máquinas?

Lançado originalmente em outubro de 2020, O Cavaleiro do Dragão (Drachenreiter) chegou ao Brasil apenas no último 10 de setembro pela Netflix. E traz uma história tão adorável que é uma pena não ter sido disponibilizado antes para o grande público.

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Houve um tempo em que humanos e dragões viviam em harmonia. Mas os humanos se deixaram levar pela ganância, e os dragões e outros seres místicos não viram uma alternativa além de se esconder. Agora, com seu último refúgio ameaçado, o jovem dragão Lung (Thomas Brodie-Sangster) e sua amiga kobold Sulfrônia (Felicity Jones) terão que encontrar a lendária Borda do Céu. E no caminho, descobrir que nem todos os humanos são maus.

Com aventura e humor leve, O Cavaleiro do Dragão faz um belíssimo trabalho ao mesclar lendas e elementos modernos. O primeiro momento que vemos esse encontro é quando os dragões veem máquinas destruindo a floresta e se aproximando de sua área. Até Ur Tig (Patrick Stewart), um monstro criado por um alquimista para destruir dragões, usa aplicativos de namoro e o Skype para se comunicar com seu vassalo Pernafina (Jimmy Hilbbert). Mas o encontro que mostra o maior contraste entre os dois mundos é quando Lung e Sulfrônia vão até a cidade e cruzam seus caminhos com o órfão Ben (Freddie Highmore), que vive uma dura realidade.

O mais interessante dessa mistura é que faz ótimas críticas sociais ao mesmo tempo em que constrói uma narrativa lúdica e concisa sobre amizade, confiança e segundas chances. Vemos o que estamos fazendo de errado, com nosso mundo e com nossos semelhantes, e como temos o poder de fazer escolhas diferentes. A receita perfeita para um filme que encanta pessoas de todas as idades.

Apesar de originalmente dublado em inglês por um elenco principalmente americano e britânico, O Cavaleiro do Dragão é uma produção alemã da Constantin Film. Com direção de Tomer Eshed e roteiros de Johnny Smith, o filme é adaptado do livro de mesmo nome da escritora alemã Cornelia Funke publicado no Brasil pela Companhia das Letras. Apesar de o livro contar com duas sequências (sem previsão no Brasil), não há informações se o filme terá continuação. Enquanto isso, vale muito curtir essa linda animação.

Nota: 8,5

Confira o trailer:

 

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