Neal Adams
Neal Adams

Morre Neal Adams, autor imortal de quadrinhos

Artista marcou gerações com quase 50 anos de trabalho

Há artistas que não morrem, mas se tornam imortais. É o caso de Neal Adams, que nos deixou na manhã da última quinta-feira (28) aos 80 anos após enfrentar complicações por septicemia. O anúncio foi feito por sua esposa Marilyn Adams ao The Hollywood Reporter.

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Adams entrou na indústria de quadrinhos nos anos 60 e ficou marcado pela criação de vários personagens do cânone decenauta e marvete e influência em super-heróis como o Desafiador, X-Men e Vingadores além de um certo Batman.

Ao lado de Dennis O’Neil, ele reformulou o Cavaleiro das Trevas para afasta-lo definitivamente da pegada de humor da série de TV. Adams criou vilões como o Morcego Humano, Ra’s al Ghul e sua filha Talia, mãe de Damian Wayne, o novo Robin. Ra’s e Talia foram interpretados nos cinemas por Liam Neeson e Marion Cottillard.

Foi na passagem da dupla que o Coringa deixou de ter um aspecto mais cômico e passou a ser mais homicida, um traço que permanece no personagem até hoje. “Nós pegamos uma saída mais difícil. Decidimos que o Coringa era um pouco maluco”, revelou o autor à época. Se não fosse por essa revisão do personagem, você não teria atuações como Jack Nicholson em Batman, Heath Ledger em Batman: The Dark Knight e Joaquin Phoenix em Coringa.

O passo seguinte da dupla foram as histórias do Arqueiro e do Lanterna Verde, que trouxeram temáticas sociais em efervescência na sociedade à época. Drogas, racismo e outros assuntos foram levantados. Dali em diante, consolidado na indústria, ele se tornou um mentor para autores como Frank Miller e Bill Sienkiewicz. “A qualidade mais inegável de Neal Adams era a que eu conhecia dele a vida toda: ele era pai. Não apenas meu pai, mas um pai para todos que o conheceriam”, revelou Josh Adams ao The Hollywood Reporter, confirmando a vocação do pai como mestre de todos.

Luta por direito dos artistas

Adams também se destacou por lutar por mais respeito aos criadores de quadrinhos e que fossem valorizados por suas criações. Lutou contra editoras quando personagens seus e de outros autores eram adaptados para cinema e TV sem que fossem recompensados por isto. Se seu talento lhe deu notoriedade, o caráter e preocupação com os direitos de colegas que sequer conhecia lhe rendeu uma reputação sólida de ser quase unanimidade entre profissionais de quadrinhos.

O mundo fica um pouco mais pobre com sua partida, mas Neal Adams não morre. Entra para a galeria de imortais.

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