Lupin: O ladrão justiceiro está de volta!

Assane Diop retorna ainda mais perspicaz.

Seis meses e três dias se passaram entre a estreia da 1ª e da 2ª temporada de Lupin. Graças a Netflix por isso! Pois o carisma de Assane Diop (Omar Sy) é tanto e o cliffhanger que encerrou a primeira parte da série tão desesperador que mal podíamos esperar para vê-lo novamente. E aqui estamos nós para comentar esse retorno.

Alerta de spoiler: Só continue lendo se já concluiu a 2ª temporada de Lupin.

++ Leia também: A Importância de séries como Lupin para a literatura

A 2ª temporada – ou 2ª parte, como preferir – começa exatamente no ponto onde terminou a 1ª: Guedira (Soufiane Guerrab) encontra Assane no momento em que este se dá conta de que seu filho Raoul (Etan Simon) foi sequestrado. Embora pai e filho tenham levado dois episódios inteiros para se reencontrarem, o desenvolvimento do plot não foi nem um pouco lento. Assane passou por uma odisseia para recuperar Raoul, chegando a acreditar que o tinha perdido para sempre. Mas por mais trágico e triste que tenha sido o momento, no fundo sempre soubemos que George Kay não seria tolo de estragar a série fazendo seu protagonista passar por tal sofrimento. Convenhamos que Assane já acumula traumas demais para ainda ter que lidar com uma possível perda do filho.

Porém, esse sequestro serviu para chegarmos em três pontos importantes. 1) Assane descobriu um aliado em Guedira. Mesmo levando um tempo para ver que podia confiar nele, e ainda assim foi uma confiança com cautela. E nosso querido ladrão tem todos os motivos para ser assim. 2) Hubert Pellegrini (Hervé Pierre) viu pela primeira vez que não estava mais um passo a frente nessa disputa. 3) Raoul descobriu o que Assane realmente faz. E melhor de tudo, apoia a missão do pai. Isso sem falar do maravilhoso duelo mental travado entre Assane e Léonard (Adama Niane) na casa de campo. Foi difícil perceber quem estava em vantagem.

Assane (Omar Sy) e o filho Raoul (Etan Simon), a única pessoa por quem ele pararia sua missão

A verdade é que essa 2ª temporada de Lupin não perdeu nenhum ponto em ação e desenvolvimento da trama em relação a 1ª. A magia da série está em enganar o espectador da mesma forma que o herói engana seus adversários. E pra que isso fosse possível foi necessário que Assane passasse por alguns reveses e até perdesse aliados de forma trágica no início. Isso além de contribuir na construção de nossa empatia para com ele, nos deixa sem saber quando uma situação está realmente perdida ou se há uma estratégia secreta de salvamento. E mesmo quando sabemos que ele está tramando algo, não sabemos exatamente o que é até que nos seja exposto. Simplesmente brilhante.

Algo que talvez não seja tão brilhante é a sugestão de triângulo amoroso entre Assane, Claire (Ludivine Sagnier) e Juliette (Clotilde Hesme). Esse triângulo até faz algum sentido na juventude dos personagens, quando estavam descobrindo quem eram e as nuances do mundo. Mas a verdade é que Juliette não merece Assane. Na adolescência ela apresentava comportamentos racistas em relação ao rapaz. E é claro que as pessoas podem aprender e abandonar preconceitos. Só que mesmo adulta Juliette parece gostar mais da adrenalina de estar com Assane do que dele em si. Talvez por isso ele não tenha se importado em usá-la para seus fins.

Já os sentimentos de Claire são bem mais complexos. Ela não concorda com os meios do marido, mas no fundo o entende. E apesar de amá-lo, se divorciou acreditando ser o certo para proteger Raoul. É lógico que como admiradores de Assane ficamos em choque quando Claire o entregou. Mas qual mãe não faria qualquer coisa para recuperar um filho? E não vamos esquecer que ela criou uma oportunidade para ele fugir.

Assane (Omar Sy) e Ben (Antoine Gouy), amigos para todas as horas

Quem realmente é um companheiro para todas as horas é Ben (Antoine Gouy). Ele reclama, mas está lá para o que precisar. Assane talvez não conseguisse cumprir metade de suas proezas sem a ajuda do amigo. O que dizer do recrutamento de “Philippe Coubert” (Stefan Crepon)? Cheguei a desconfiar que o tal corretor contratado por Pellegrini pudesse ser um aliado de Assane, mas jamais imaginaria o recrutamento de um jovem gótico tentando roubar um livro de Arsène Lupin da biblioteca. Espero que os roteiristas deem um jeito de manter o rapaz na série.

Enfim, depois de tantos perrengues e artimanhas Assane conseguiu não só levar Pellegrini a ser preso mas também o Comandante Dumont (Vincent Garanger). E de quebra pôde inocentar seu pai e a si próprio. Porém, continua sendo o homem mais procurado da França. E não saberemos até a 3ª temporada se Pellegrini poderá usar mais uma vez de seu poder e influência para se libertar, nem que seja fugindo. Então mesmo que num primeiro momento esse plot pareça finalizado, existem muitas possibilidades. No entanto, parece que agora Assane conta com, pelo menos, três aliados dentro da polícia: Guedira, a Tenente Belkacem (Shirine Boutella) e o Capitão Laugier (Vincent Londez). Resta aguardar até 2022 para saber o que virá com a 3ª temporada de Lupin.

Nota: 9,5

Confira o trailer da segunda temporada:

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