A espera valeu a pena! Depois de 2 anos e 4 meses a Netflix liberou na última quinta-feira (5) a Parte 3 da amada Lupin. Nessa temporada a série criada por George Kay trouxe dois episódios a mais que as anteriores para nos mostrar como o querido Assane (Omar Sy) enfrenta o fato de ser o foragido mais procurado da França. E é claro que continua a se inspirar nos livros de Maurice Leblanc.
Atenção: Contém spoilers!
Assane conseguiu provar a inocência do pai e fazer Hubert Pellegrini (Hervé Pierre) pagar por todos os seus crimes, mas o preço foi alto. A temporada começa mostrando que com o sumiço de Assane todo assédio da mídia recaiu sobre Claire (Ludivine Sagnier). Quando ele a procura sugerindo que peguem o filho e fujam do país para que os três sigam a vida em paz, ela pede que ele se entregue a polícia. Não quer essa vida para Raoul (Etan Simon). Ele considera, mas não sem um último grande golpe.
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Acredito que um dos méritos de Lupin seja o de despertar no espectador um fascínio semelhante ao da infância, que nos faz ficar com os olhos vidrados na tela. Torcendo e ansiando pelos próximos acontecimentos, como se a mera vontade pudesse definir o rumo da trama. Isso só acontece porque a série tem ótimos roteiros e atuações impecáveis, principalmente de Omar Sy. Ele empresta todo seu carisma a Assane, fazendo do personagem alguém com quem nos importamos. A vingança dele é nossa também, assim como de todo povo francês.
É incrível que mesmo sabendo que Assane está sempre dois passos à frente ainda nos desesperamos achando que algo deu errado. Para em poucos minutos ver um flashback e descobrir que tudo fazia parte do plano. Até o fofíssimo J’accuse participou de uma artimanha. Só que nessa temporada Assane encontrou um rival à altura. Alguém do passado que o conhecia bem o suficiente para fazê-lo usar sua perspicácia contra si mesmo, e colocá-lo diante de escolhas impossíveis.
Outro aspecto positivo da série, que ficou ainda mais perceptível nessa temporada, é que o passado é fundamental para entender o presente. Os flashbacks da juventude de Assane nos mostram a origem de seus problemas e às vezes nos dá sutis pistas do que está por vir. E dessa vez os flashbacks chegaram a aludir a Copa do Mundo de 1998, o que teve um gosto um pouco amargo para os fãs brasileiros. E levou a Netflix Brasil a fazer um anúncio bem-humorado com a participação do jornalista Marcos Uchoa e do jogador Ronaldo “Fenômeno” Nazário.
Todavia, desbravar o passado de Assane é tão instigante quanto ver a execução de seus planos. É como se por mais que nos seja revelado nunca saberemos tudo. Essa temporada nos mostrou o jovem Assane e alguns de seus amigos órfãos caíram nas mãos de um aproveitador, e também o que realmente aconteceu com sua mãe Mariama (Naky Sy Savane).
E foram justamente essas duas informações que alteraram os planos do nosso ladrão de casaca. Com Mariama refém de Jean-Luc Keller (Steve Tientcheu), Assane precisou abrir mão de ficar ao lado de Claire e Raoul, e até trair Ben (Antoine Gouy). E pra que Keller tivesse o que merecia precisou se entregar também. Mas não sem garantir um pouco de paz para aqueles que ama. Pelo menos pudemos ver alguns momentos de família e um golpe de mãe e filho.
Porém, existe aquela máxima de que “tudo acaba bem, e se não está bem é porque não acabou ainda”. Isso certamente vale para Lupin. Chegamos a cogitar que a 3ª temporada seria a última, mas ela terminou deixando um cliffhanger e tanto. Hubert é vizinho de cela de Assane e quer vingança. E certamente usará a família dele para isso. Mas como Assane protegerá seus entes queridos de dentro da cadeia? Contará com ajuda de Guedira (Soufiane Guerrab) outra vez? O que a Tenente Sofia Belkacem (Shirine Boutella) pensará disso? Céus, mal terminei a temporada de Lupin e já quero a próxima!
Mas é isso que Lupin faz com a gente. É possível que a próxima seja mesmo a última temporada, levando em conta também a duração média de séries da Netflix. E será um desfecho e tanto. Vamos ficar de olho nas próximas notícias da série.
Nota: 9,5
Confira o trailer: