Dezembro é sempre um mês complicado, com um excesso de coisas para fazer e prazos meio loucos. Nesse sentido, Landline, Ligações em português, é um livro natalino (a história se passa nos dias antes do Natal e parte do drama é por causa da festividade) com um clima bastante realista. Perfeito para o Desafio Literário Popoca de dezembro.
spoiler free
Rainbow Rowell é uma autora americana bastante conhecida por alguns livros young adult, Eleanor & Park e Fangirl são bons exemplos de seus bestsellers desse tipo, que a levaram a ser convidada para a nova série de quadrinhos Runaways da Marvel, e também por livros LGBT, Carry On e Wayward Son, o que faz sentido com o nome da autora. Mas ela também escreve romances como Ligações (Landline) e Anexos (Attachments), voltados para o público adulto.
Ligações traz a história de Georgie McCool, e antes que você se pergunte, sim, rola piadas com o nome, que tem tido problemas matrimoniais com Neal, seu marido e pai das suas duas filhas. O drama se desenrola porque os dois haviam combinado de passar o Natal com a família de Neal em Omaha, mas Georgie acabou de receber uma proposta de trabalho dessas que só acontecem uma vez na vida, e seu melhor amigo Seth a convence a não ir na viagem.
Para justificar o nome do livro, durante a semana antes do Natal, Georgie resolve ficar na casa da sua mãe, onde ela descobre que seu antigo telefone fixo é capaz de telefonar para o telefone fixo de Neal da época que eles ainda não eram casados.
Durante boa parte do livro eu me senti muito dividida. Por um lado, a leitura é deliciosa e muito divertida. Por outro, o relacionamento de Georgie, Neal e Seth não é lá exatamente saudável. Pelo menos a questão insalubre deles não é mostrada como algo romântico, ponto para Rainbow. Mas mesmo assim me senti culpada por gostar da leitura.
Ligações não é perfeito, claro, mas, dentro dos livros de tema de Natal é um dos mais realistas (em termos de pessoas, não do telefone mágico) que já li. Não é para todos os leitores, porque rola uma dose um tanto exagerada de drama, apesar de não ser adolescente. Pelo menos o drama faz sentido, afinal, estamos falando de um casal com problemas que não quer largar o osso.
Considerando os pontos positivos e negativos do livro, considerei uma boa leitura, e como primeiro volume que leio da autora, me deixou com vontade de conhecer mais do seu trabalho, que parece ser bastante eclético!
Nota 9 com uma dose de culpa.