A mitologia grega já foi interpretada e refeita em diversas novelas, livros, filmes. Mais uma delas é a série Kaos, da Netflix , que estreou esta semana. Mas esta produção tem uma diferença em relação a outras que já exploraram mitos gregos. Caos aborda todos os problemas que os deuses gregos passaram em um elenco com diversidade, excelentes atuações e um roteiro preciso escrito por Charles Covell, talvez a grande estrela desta novidade no streaming.
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Nos dias de hoje, em Herakland, uma cidade criada em homenagem ao semideus Heracles, o deus Zeus (Jeff Goldblum, em um de seus melhores papéis) vive a existencia plena de um deus ao lado de sua irma-consorte Hera (Janet McTeer) mas repentinamente nota sinais que indicam uma profecia que julgava que estava esquecida e que pode indicar o fim de seu reinado. Ao mesmo tempo que seu filho Dionisio (Nabhaan Rizwan) almeja mais do que ser apenas um deus de festas e prazeres e resolve ajudar o cantor Orfeus (Killian Scott) a resgatar sua amada Euridice (Aurora Perrineau) do Hades.
Ao contrario de outras séries, Kaos não usa a diversidade como um token ou um adereço, é justamente na diferença étnica e até mesmo com pessoas com deficiência, trans e de diferentes cores e bagagens culturais que Kaos aproveita sua trama e faz uma reeleitura dos deuses gregos como seres ainda mais humanos, posto que são iguais a pessoas que vemos todos os dias e não apenas as de Hollywood. Sem panfletarismo, Covell conduz uma trama ora sofisticada, ora pop e sempre surpreendente mesmo com historias contadas há milênios. Talvez o grande acerto da Netflix no ano.
Nota: 10
Confira o trailer de Kaos: