Bem antes de O Primeiro Vingador, Capitão América era lançado em 1990 no Reino Unido, segundo o Inverse. Mas apenas dois anos depois o filme fez sua estréia oficial nos cinemas norte-americanos inaugurando uma era do cinema marvete que quase acabou ali mesmo. Naquela década, a Casa de Ideias chegou a lançar vários filmes, mas um pior do que o outro com a história de Steve Rogers encabeçando o binômio expectativa X decepção.
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Pense só… junte Matt Salinger (sim, filho daquele Salinger) e licenças poéticas que a produção se autorizou como, por exemplo, transformar o Caveira Vermelha em um soldado do facismo italiano ao invés do nazismo alemão e o escudo que ricocheteia e volta ser uma espécie de característica inerente ao intrumento. Dê uma olhada no trailer abaixo:
Aliás, é provável que se facista fosse ao invés de alemão, o Caveira estaria mais preocupado em dominar a Grécia a ir explodir Washington. Porém, há quem acredite que isso seria uma contrapropaganda contra a… Máfia, que já dominava muitos setores dos Estados Unidos.
De um jeito ou de outro, ao invés de Johann Schmidt ser um homenzinho cruel e mau que Adolph Hitler ajuda a treinar para ser seu super-herói, aqui ele é uma criança com talento para a música que o facismo italiano sequestra e submete ao primeiro experimento de super-soldado. Ou seja, um supervilão com o qual temos alguma simpatia e que, obviamente, precisaria buscar a redenção até o fim do filme.
A origem de Steve Rogers não ficou muito melhor. Salinger não emagreceu ou malhou para o filme e a única diferença entre o “antes e depois” do soro do supersoldado são… Enchimentos que o herói usa no uniforme e o hábito de mancar com uma perna. Aliás, enquanto o personagem dos filmes mais recentes e quadrinhos passou por um longo treinamento, este em uma hora já está entrando em ação. Isso que é soro!
Infelizmente, na sua primeira missão contra o Caveira Vermelha o super-herói acaba afundando com um foguete e ficando décadas congelado até… Chegar ao nosso tempo. Depois de achar que está num país que perdeu para o Nazismo ele descobre que precisa derrotar seu arqui-rival. De novo.
Se o roteiro não impressiona a direção de Capitão América não fica atrás com cenas de (des)ação nada convincentes e atores, talvez, constrangidos em participar de algo que fica entre o trash e o mal feito. Ronny Cox, que interpreta o presidente norte-americano, chegou a dizer que o filme tinha “um dos melhores roteiros que já havia lido” e não sabia como tinha acabado tão mal.
Nem nós, Ronny. Nem nós!