‘G20’ é um típico filme de ação estadunidense, mas é legal

Enredo não reinventa a roda, mas dá um upgrade

O curioso sobre filmes de ação é que mesmo quando são ruins,  podem ser bons de assistir. Mas no caso de G20, que estreou no Prime Video em 10 de abril, é um bom filme apesar de apostar na velha fórmula dos “Estados Unidos salvador mundial”. Porém, traz algumas quebras de paradigma interessantes.

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Durante uma cúpula do G20 na Cidade do Cabo, África do Sul, um grupo terrorista faz os líderes mundiais de reféns. A intenção é usar o caos e deepfakes para destruir a economia mundial e lucrar com isso. Cabe à Presidente americana Danielle Sutton (Viola Davis) usar as habilidades adquiridas no exército para salvar o mundo… e sua família.

Por essa breve premissa é fácil perceber que G20 não reinventa o gênero de ação, mas tem uma boa história. E em vez de mostrar um Presidente dos Estados Unidos que precisa ser salvo como sinônimo de defender a ordem, temos uma Presidente que salva a porra toda. E como de costume, Viola Davis brilha ao fazer tudo parecer plausível. Sua atuação e carisma inigualáveis nos entregam em Danielle uma mulher forte, mãe e esposa dedicada, governante de um país, preocupada com a desigualdade e que é capaz de chutar uns traseiros. Quando crescer, quero ser que nem ela.

Viola Davis e Antony Starr protagonizam  G20 como uma dupla afinada na história
Viola Davis e Antony Starr protagonizam  G20 como uma dupla afinada na história

E se todo herói (no caso, heroína) fodástico precisa de um vilão odioso na mesma proporção, Danielle tem sua nêmesis em Rutledge (Antony Starr). Um ex-militar australiano cheio de traumas que se torna a síntese do homem branco que acha que o mundo lhe deve algo. Mais uma vez, Antony Starr se mostra formidável em ser detestável. As cenas em que os dois personagens ficam cara a cara, mesmo ocorrendo apenas na segunda metade do longa, são de deixar o espectador sem piscar.

G20 se torna um filme interessante por fatores extremamente atuais como deepfake e criptomoedas. Traz discussões pertinentes sobre politicas mundiais e o peso da desinformação. Também é interessante ver como vilões um grupo de pessoas brancas que não são do leste europeu nem nazistas, mas conservadores que acham que estão “perdendo”. E a heroína é uma mulher negra que alcançou um posto de liderança por seus próprios esforços. Não é um filme perfeito, mas é cheio de pontos positivos.

A direção de G20 fica por conta de Patricia Riggen (Os 33), com história dos irmãos Logan e Noah Miller que também roteirizaram com Caitlin Parrish e Erica Weiss. No elenco também estão Anthony Anderson, Ramón Rodríguez, Marsai Martin, Douglas Hodge, Elizabeth Marvel, Sabrina Impacciatore e John Hoogenakker.

Nota: 8

Confira o trailer:

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