Duna – Parte 2 é um filme que, ao contrario do primeiro, evita desperdiçar as chances de ser um bom filme. Apesar de não ser o épico que seu orçamento e elenco vendem, passa a ser uma produção menos dependente apenas de efeitos especiais e cenas de ação. Mesmo assim, os problemas estão lá como o “protagonista que é um oráculo de si mesmo”.
Dirigido por Denis Villeneuve, Duna – Parte 2 continua a jornada do jovem Paul Atreides (Timothée Chalamet), que perdeu seu pai em uma conspiração politica e foge com sua mãe (Rebecca Ferguson) para o deserto de Arrakis. Por la, ele se envolve ainda mais com Chani (Zendaya) e tenta evitar ocupar o papel de messias que Stillgar (Javier Barden) tenta lhe empurrar.
Chalamet parece mais confortável no papel de Paul Atreide mas ainda é um heroi que sabe tudo o que vai acontecer e, portanto, todo-poderoso. Sem conflito, Duna-Parte 2 cresce quando Zendaya ganha espaço e é sua atuação que carrega os melhores momentos do filme ao lado de Bardem. Rebecca parece mesmo deixada de lado pelo roteiro e Austin Butler parece empenhado em provar que poderia ser um Coringa melhor que Joachim Phoenix com uma atuação sem muita inspiração como o primo-psicopata Feyd.
Mesmo com a direção eficaz de Villeneuve, ainda há um certo ar de “produção para a TV” com cenas de sonhos que repetem o mesmo take e furos de roteiro bisonhos. Por exemplo, povos com armamento atômico e canhões de energia que optam por lutar pela terra com espadas e bastões. Deve ser porque faz calor, imagino.
O grande acerto de Duna-Parte 2 talvez seja assumir seu maior problema e trazer um questionamento de um salvador branco que não quer ser salvador branco. A hesitação de Atreide em liderar os Fremen acaba sendo um diferencial em relação ao filme. série de TV e livros. O final não mudou muito mas se a jornada foi por outro caminho, talvez o diretor e sua equipe tenham encontrado um Duna que sobreviva aos novos tempos.
Nota: 7
Confira o trailer de Duna – Parte 2: