Ninguém duvida que a Pixar é um sucesso absoluto. Sua qualidade recorrente em filmes levou a própria Disney a comprar sua concorrente e garantir que todo ano o Oscar de animação fique mesmo em casa, com poucas chances para concorrentes. O que pouca gente sabe é que essa história começou com um enorme fracasso.
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Nos anos 80, os negócios iam muito bem para George Lucas. O então produtor-executivo decidiu adquirir o Rancho Skywalker, uma propriedade enorme que serviria não só como local de trabalho mas também como set de filmagem. A primeira parcela e metade da transação custou 50 milhões de dólares, quase o orçamento de um Guerra nas Estrelas com uma diferença: o cineasta pagava aquilo do seu bolso. Não havia estúdio ou investidores por trás.
Localizado na Califórnia, próximo a boa parte de Hollywood o rancho parecia um negócio destinado ao sucesso com as produções da George Lucas Films indo muito bem nos cinemas. Isolado do barulho da cidade grande, sua estrutura garantia a qualidade na mixagem de som, animação e efeitos visuais além de servir também para outras atividades corporativas da empresa. Eram cinco mil acres de amor ao cinema comercial.
Como a estrutura nunca foi aberta ao público, imagine funcionários, elenco e acionistas de filmes com uma estrutura que incluía desde cavalos até restaurante próprio e um espaço enorme para atividades. Até mesmo salas de cinema estavam inclusas para garantir que os primeiros cortes dos filmes fossem vistos em alto estilo. Mesmo com a venda para a Disney da Lucas Film, o cineasta ainda recebe uma quantia mensal porque segue como proprietário.
Porém, em 1986 seu orçamento era menos confortável e previa outra parcela de 50 milhões de dólares a pagar. Um dinheiro que Lucas contava com sua criatividade e visão de negócios para gerar com um filme que estava a caminho. Uma adaptação de um personagem de quadrinhos que contaria com uma atriz de sucesso e Robin Williams a frente. O nome? Howard, o Super-Herói. Além da saída da principal estrela do projeto, uma série de problemas fez o filme fracassar na bilheteria, gerou demissões e deixou um grande rombo na carteira do criador de Star Wars. E ele fez a única coisa que um empresário podia fazer: começou a colocar seus principais bens para venda.
Foi aí então que um amigo de Lucas apareceu. Steve Jobs era CEO da Apple Computer quis ajudar. Ele se interessou em comprar toda recém-criada divisão de animação em computação gráfica da George Lucas Film por valores bem acima do mercado. Rapidamente, o amigo endividado aceitou em agradecimentos efusivos.
E foi com aquele pequeno e sobrevalorizado departamento, que Jobs deu o primeiro passo para a Pixar. Menos de dez anos depois, a história da empresa começaria avassaladora com Toy Story e continua até hoje. Curiosamente, a George Lucas Film e a Pixar passaram a compartilhar o mesmo acionista novamente ao serem comprados pela Disney. Nem Luke Skywalker poderia prever esta….