Better Man: A História de Robbie Williams é um musical-biografia que usa um homem-chimpanzé criado por computação gráfica para ser o protagonista de um filme melodramático com músicas de boy band. Eu sei… Esse resumo faz parecer que se trata de um filme ruim, só que o filme dirigido por Michael Gracey (que assina o roteiro com Simon Gleeson e Oliver Cole) é algo que só posso resumir em carioquês como bom pra caralho. Mas como? Por que? Onde? Que músicas são essas?
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Robbie Williams é uma espécie de Romario-Que-Canta da Inglaterra. É uma celebridade que ascendeu da pobreza até o estrelato. E do seu jeito. Nessa estrada, ele fez besteira, magoou muita gente (inclusive fãs) e talvez tenha sido acusado de alguns crimes (quem nunca?), mas não fez o que é a pior heresia da cultura pop. Nunca esqueceu quem era ou de onde veio. E, de alguma forma, essa postura o tornou uma espécie de semideus britânico o que ajudou a alçar uma carreira como cantor e músico pop apenas interessante como alguém que rivaliza em popularidade com o Oasis & cia. na Europa (só um deles cantou na abertura de uma Copa na Rússia). Algumas pessoas podem compara-lo com o cantor Roberto Carlos ou outro artista brasileiro, mas acho que para nós brasileiros o carinho britânico com o ex-membro do Take That parece bem mais uma relação que guardamos com jogadores como o ex-camisa 11 da seleção ou Edmundo, Dudu… Enfim, atletas que amamos criticar, mas antes de mais nada, amamos. E tudo que fizeram e conquistaram foi do jeito deles. O que também é verdade para suas maiores derrotas.
Nesse cenário, Better Man: A História de Robbie Williams começa o filme retratando Robbie como uma espécie de chimpanzé-humanóide no meio de seres humanos perfeitos e lindos, o que dá uma pista de como o artista se via. A jornada de Robbie é justamente de alguém que tenta se encaixar para vencer mas sempre fracassa porque se vê como inferior, incapaz e tem problemas eternos de autoconfiança. Como ser diferente vindo de uma infância pobre com um pai ausente (muito bem retratado por Steve Pemberton)? Mesmo que seja um jovem talentoso, carismático e que tinha qualidades que ninguém parecia querer ver além de sua doce avó (Alison Steadman, que vai fazer você lembrar da vovó que você mais ama) e sua amorosa mãe (Kate Mulvany, que tem permissão pra me adotar).

Better Man: A História de Robbie Williams acaba se beneficiando do que parecia ser seu maior problema. Com um personagem gerado por computação gráfica, a história acaba tendo algo de diferente e fantástico. Mesmo porque a vida de qualquer membro de Boy Band não é lá algo muito realista se você parar para conferir alguns depoimentos. É um musical e biografia, mas em alguns momentos faz você se sentir vendo um filme com mais magia e fantasia que Wicked. Pessoalmente, acho que merecia o Oscar de Efeitos Visuais, que acabou perdendo para Duna – Parte 2.
No fim das contas, Robbie-Willians-Símio é a criatura mais Bad Boy que amamos que um filme pode entregar superando qualquer Bad Boy que o cinema Hollywoodiano já te deu. Fica a expectativa que algum dia façam um filme sobre como uma ideia tão inusitada se tornou realidade. Até lá, podemos seguir gostando mais de Robbie do que de sua música, que o filme pode te mostrar que é muito boa. Caso contrário, só a história já vai valer a pena.
Nota: 9
Confira o trailer de Better Man: A História de Robbie Williams: