Adeus às Armas talvez seja o livro em que seu autor, Ernest Hemingway, gostaria de morar. Afinal, como o protagonista o escritor foi à guerra como motorista de ambulância, se apaixonou por uma enfermeira e a pediu em casamento. A diferença é o final feliz que Hemingway construiu para seu herói e que talvez fizesse enorme diferença em sua vida pessoal terminada de forma trágica. Como se passa na segunda guerra mundial, encaixamos no tema de ficção historica do mes de maio.
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De estilo objetivo (o iceberg theory talvez seja o grande legado da literatura norte-americana ao mundo), Hemingway é econômico nas palavras como um boxeador é com os golpes. Suas frases são curtas mas impactantes, seus parágrafos são pequenos mas acertam em cheio e seus personagens talvez tenham poucas dimensões mas são repletas de palmos de profundidade.
Adeus às Armas é um relato infinitamente menos documental do que Tempestade de Aço, de Ernst Junger, por exemplo. Mas serve como um retrato do espírito da época da primeira guerra mundial em que pessoas se voluntariavam a guerras absolutamente insanas sem saber muito bem onde estavam se metendo ou se voltariam para casa. É um perigo real.
Capa de Adeus às Armas, romance de Ernest Hemngway que se passa na primeira guerra mundialEm sua jornada mistuando uma escrita jornalística e ficcional, talvez só faltasse a Hemingway destacar o fato de que o mundo vinha sendo tomado também dos homens, cada vez menos senhores dos rumos. Suas mulheres quase sempre são personagens bidimensionais mesmo a misteriosa Catherine, que parece sempre doce e subserviente. Na literatura, o autor sempre foi feliz.
Nota: 9.5
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