A Probabilidade de Todas as Coisas (The Probability of Everything) conta a historia de Kemi, uma menina norte-americana de 11 anos e que adora estatísticas e gosta de calcular as probabilidades de… Todas as coisas. Na sua forma de ver o mundo descobre que suas chances de nascer eram de 1 em 5,5 trilhões e que as chances de nascer em uma família legal eram ainda menores.
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Com um plot tão interessante, Sarah Everett seria naturalmente uma escritora para falarmos por aqui. Mas no mês de novembro, em que celebramos escritoras pretas fica ainda mais importante. Assim como a vida de Kemi quando ela recebe a notícia de que um asteroide em rota de colisão com a Terra tem 84,7% de chance de atingi-la. Nos Estados Unidos e Canadá, onde estou e comprei o livro, seria descrito como dentro do estilo young adult.
Com todas as probabilidades contra a família, elus se mudam para a casa de uma tia num bairro onde não sofrem preconceito racial como ocorria em sua antiga casa. Mas como racismo, um meteoro e uma menina de 11 anos se encaixam em uma trama dessas? E como essas estatísticas conseguem ajudar Kemi a entender por que as pessoas continuam indo à escola ou vivendo como se não houvesse asteroide? Sem muitas respostas, Kemi passa a
De um jeito ou de outro, sem muito o que fazer, Kemi lida com o problema da melhor forma que sabe: em um projeto cientifico. No caso, uma cápsula do tempo para preservar a história de sua família e mostrar aos futuros terráqueos ou sobreviventes como viveram mas toda essa trama esconde algo que Kemi vai precisar enfrentar e descobrir como lidar a respeito. Algo que nenhuma estatística poderia explicar ou probabilidade poderia prever. Nessa surpresa, o talento de Sarah aparece com uma forma sensivel de discutir problemas que vemos todos os dias nos jornais envolvendo a violência racial. Fiquei pessoalmente tocado ao ler na despedida da autora, depois do final do romance, uma lista com numeros de crimes de odio que incluia o Brasil, ainda sob efeito da ascensão da extrema-direita e do (des)governo Bolsonaro.
Nota: 9