Ben Affleck costuma ser um nome que chama a atenção. Ele já esteve envolvido em filmes marcantes como O Gênio Indomável e Argo, mas também em filmes que forçavam a paciência do espectador como Batman Vs Superman e Demolidor. Depois de passar por uma fase difícil devido ao alcoolismo, ele tenta retomar a carreira. A Lei da Noite, recentemente, liberado na Netflix talvez seja uma produção vitimada por esses problemas.
Na história, Joe Coughlin (Affleck) é um assaltante de bancos, mas que não quer entrar para nenhum ramo da máfia e se recusa a trabalhar para gângsteres. Isso quase cobra o preço de sua vida, mas ele é salvo por seu pai, o comissário de polícia Thomas Coughlin (Brendan Gleeson). Arruinado financeiramente, se torna um gângster e parte para Boston em direção a uma nova vida onde conhece um novo amor: Graciela (Zoe Saldana), também envolvida com o contrabando de bebidas. Apesar de ser envolvida com o crime, ao longa da história, sua personagem parece “esquecer” isso e passa a se chocar com o envolvimento do marido com mafiososo. É apenas um dos problemas da história.
A direção de arte impecável de A Lei da Noite parece um verniz em um móvel oco. O roteiro de Affleck e Dennis Lehane (Sobre Meninos e Lobos) não funciona com uma direção preguiçosa do astro, recorrendo frequentemente a frases em off para explicar coisas que as imagens não conseguem e atravessando conflitos de forma apressada. A impressão que dá é que, em algum momento, alguém quis se livrar logo daquilo. Em que se pese as belas cenas na Flórida, não há fotografia que salve um filme com uma história tão fraca. Zoe parece se esforçar para imprimir verossimilhança a uma Graciela envolvida com um mafioso, mas fica difícil. Em dado momento, você pode achar que é um episódio de Westworld, pois Joe sente tanto quanto um robô.
O Daily Beast chegou a comparar Affleck a Bojack Horseman (na animação da Netflix, Bojack é um cavalo e ator viciado em bebida e analgésicos), devido ao seus problemas com o álcool. Um pleonasmo maldoso e injustificável. Ele tem talento, idade e maturidade para voltar a ser lembrado pelos melhores trabalhos que já entregou ao público. Que A Lei da Noite faça parte de um Affleck que nem ele mesmo quer lembrar que já existiu.
Nota: 4
Confira o trailer do filme: