Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original, 5 de Setembro é um daqueles filmes de ficção que alunos e professores de jornalismo irão se deleitar assim como A Montanha dos Sete Abutres ou Spotlight. O filme reproduz como a redação da ABC cobriu o atentado durante os Jogos Olímpicos de Munique, em 1972.
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O que parece um pouco banal ofusca os conflitos que a história mostra. A redação era formada por produtores e profissionais acostumados com esportes e não com o noticiário de guerra ou terrorismo. Mas não é só.
No dia em questão, Geofrey Mason (John Magaro) está em seu primeiro dia como diretor de programação e a redação conta com uma única pessoa capaz de falar alemã interpretada por Leonie Benesch (Sala dos Professores) como a tradutora Marianne Gebhardt. Tudo isso em um momento que não há celulares, a Alemanha tenta apagar a imagem de país nazista e ninguém sabe exatamente o que os sequestradores da equipe olímpica israelense querem.
É curioso que o filme tenha concorrido como melhor roteiro original, assinado pelo trio Moritz Binder, Tim Fehlbaum e Alex David, no que poderia ser facilmente uma adaptação de um livro que, aparentemente, ninguém se interessou em escrever. 5 de Setembro acerta ao apostar na típica pressão do jornalismo como o grande conflito da trama ao mesmo tempo que usa a personagem de Benesch para nos conectar com uma história contada quase toda do ponto de vista de jornalistas brancos.
Em tempos de guerras, quando a mentira costuma ser a primeira vítima, o filme se constrói como um documento que nos explica porque o jornalismo é vital para a democracia. Infelizmente, alguns presidentes e ex-presidentes vão deixar de assistir…
Nota: 8
Confira o trailer de 5 de Setembro: