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Comer, rezar, amar

Esse foi um livro que ficou algum tempo mofando na estante… primeiro eu o tinha comprado antes mesmo do filme, porque achei a premissa interessante. Daí veio Julia Roberts e Javier Barden (com o pior português da história do cinema) e tiraram todo o meu tesão de ler o livro. Detestei o filme.

spoiler free

Depois de muito tempo, veio o Desafio Literário Popoca com o tema livros com comida como algo importante para o plot, e o livro foi ressuscitado e voltou à lista de leitura, afinal, ele se encaixava no tema.

E, quem diria, o livro é ÓTIMO!!!! Julia Roberts simplesmente não entendeu o livro (ou o diretor, ou o produtor, ou todo o mundo), porque o livro é muito diferente! A protagonista é outra pessoa! Tem outras atitudes… e o livro é infinitamente melhor, claro, é a lei (quase) universal: o livro é melhor que o filme.

O livro, como todos sabem, é dividido em 3 partes, cada uma envolvendo um dos atos do título, um em cada país, mas o que não está no filme é que cada parte tem exatos 36 capítulos, e no início tem uma introdução, perfazendo 109 capítulos, que é o número de contas que tem no “rosário” indiano. Cada capítulo conta uma história, um causo da vida da autora relacionado ao tema, e só por conta disso eu tiro o chapéu para ela, porque o livro ficou muito redondo assim, muito equilibrado, o que, vamos combinar, é difícil.

Fora isso, Elizabeth Gilbert escreve bem, sério. Fora que ela tem muita história divertida para contar! O drama da vida dela está lá, mas você passa bem por ele, não fica aquele dramalhão novela mexicana e não tem cara de matéria de jornal, nem de autoajuda (outro medo meu por conta do filme), tem cara de literatura. Não é a melhor que já li, verdade, mas é respeitável.

Nota 9, porque não existe coincidência nessa vida.

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