Yellowface: R. F. Kuang aborda apropriação e cancelamento

Livro de autora sino-americana é um ótimo exemplo de autores do mundo asiático para você conhecer

June, uma escritora fracassada (e branca), presencia a morte Athena Liu, amiga de etnia asiática e colega bem-sucedida. Quase sem pensar, rouba o seu ultimo manuscrito e publica sob seu proprio pseudonimo reiniciando sua carreira literaria com uma guinada comercialmente positiva. Mas sera que ela vai encontrar uma felicidade como escritora sem ser responsavel pelo proprio sucesso? A trama de Yellowface, da escritora sino-estadunidense R. F. Kuang é uma das melhores novidades vindas da America do Norte, ainda sem previsao de tradução no Brasil.

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Quando June testemunha a morte de Athena em um acidente estranho, age por impulso e rouba a obra-prima recém-acabada de Athena, um romance experimental sobre as contribuições desconhecidas de trabalhadores chineses para os esforços de guerra britânicos e franceses durante a Primeira Guerra Mundial. Sem constrangimento, ela reescreve varias passagens e lança The Last Front como seu proprio trabalho autoral, consegue um grande contrato comercial e muito, muito dinheiro. Mas será que ela esta livre da sombra de Athena e do segredo por tras de sua nova carreira?

Yellowface é extremamente contemporaneo não apenas por citar filmes, bandas e redes sociais do nosso tempo mas por abordar temas como diversidade, racismo e apropriação cultural não apenas na indústria editorial, mas também no persistente apagamento das vozes e da história asiático-americanas pela sociedade branca ocidental. Rebecca Kuang é uma das escritoras mais versáteis do momento transitando entre a ficção especulativa, científica e apenas ficção como faz em Yellowface. Chama atenção sua capacidade de trazer uma narradora que talvez pague por ser branca demais. Kuang, nascida na China e vivendo nos Estados Unidos, estudou em Yale como as duas escritoras do livro e tem um trabalho interessante em refazer caminhos da historia como em seu livro Babel. Resta saber o que a autora de 27 anos (que com menos de 30 anos ganhou o Nebula e outros premios literarios relevantes do mercado editorial) resumiu de sua propria experiencia porque o certo e que vale muito a pena ler este e seus outros livros.

Nota: 10 

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