Depois de seis temporadas acompanhando essa adorada série histórica, chegou a hora de nos despedirmos dos Lothbrock. Para variar um pouco, a última leva de episódios foi liberada mundialmente no dia 30 de dezembro de 2020. O que não fez muita diferença para quem já acompanhava Vikings pela Netflix, tornou a despedida mais rápida para quem a assistia semanalmente.
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Essa última parte da jornada teve seus altos e baixos. É bem verdade que a série parece ter perdido parte de seu brilho após a morte de Ragnar (Travis Fimmel). E ainda mais depois da morte de Lagertha (Katheryn Winnick). Isso talvez se deva ao fato de que tínhamos nos acostumado com suas presenças como protagonistas da série. E por mais que adorássemos seus herdeiros, vê-los no protagonismo nem sempre era a mesma coisa. No entanto, Vikings ainda era Vikings. Contando a trajetória dos grandes guerreiros nórdicos.
Antenção: Contém spoilers a partir daqui.
A temporada 6B não começou bem, mostrando que Bjorn (Alexander Ludwig) sobreviveu ao ataque de Ivar (Alex Høgh Andersen) simplesmente para matá-lo em seguida. Certo, sua presença na emboscada contra o exército russo foi fundamental para a vitória dos vikings. Porém, sua despedida ficou muito aquém do que merecia. E se na sequência pensamos que veríamos Gunnhild (Ragga Ragnars), Ingrid (Lucy Martin) e Torvi (Georgia Hirst) concorrer pelo reinado da Noruega, vimos essa promessa de plot ser destruída com o retorno de Harald (Peter Frazén) para Kattegat.
Falando em russos, a jornada de Ivar e Hivtserk (Marco Ilsø) pela Rússia até que teve uma conclusão satisfatória. Pudemos ver os irmãos se reaproximarem, ao mesmo tempo em que vimos o primeiro se tornar mais humano. Seja por sua amizade com o Príncipe Igor (Oran Glynn O’Donovan), ou simplesmente por observar onde a megalomania do Príncipe Oleg (Danila Kozlovsky) o estava levando. No fim das contas, a fuga com Igor e sua subsequente restituição ao trono ficaram entre os melhores plots dessa meia temporada. Foi até triste ver a despedida de Ivar e Igor, mas os irmãos Lothbrock precisavam voltar para casa e resolver alguns assuntos.
Estava realmente difícil de acreditar que ficariam todos em paz em Kattegat. Todavia, ainda precisavam de uma última batalha em Wessex. Era necessário disputar com o Rei Alfred (Ferdia Walsh-Peelo) pela posse do que um dia fora o acampamento de Ubbe (Jordan Patrick Smith). Foi assim que Rei Harald e Ivar encontraram seus respectivos fins. Sendo o último sem glória, pelas mãos de um soldado qualquer. Adequada à sua recém-percepção de que era apenas humano, e não uma divindade. Deixando Hivtserk sozinho, que não viu outra opção para si além de ficar em Wessex e se converter ao cristianismo.
Enquanto isso, em Kattegat, Ingrid tomava as rédeas de seu destino. Ao mesmo tempo em que se vingava de Erik (Eric Johnson) por tê-la vendido como escrava, mostrava que tinha astúcia de sobra para governar a Noruega. Sempre que ele pensava estar prestes a destruí-la, ela já estava dois passos a frente. A disputa pela coroa pode não ter sido o que esperávamos, mas certamente valeu a pena acompanhar.
Por último, mas não menos importante, vimos Ubbe, Torvi e companhia chegar à América. O criador da série Michael Hirst disse em entrevista ao Collider que sempre planejou encerrar a série no momento em que os vikings chegassem ao continente americano. De fato foi uma ótima forma de finalizar a trama. E ainda serviu como um belo paralelo com o momento de pandemia em que vivemos: Foi uma trajetória longa e árdua. Com fome, sede e a perda de familiares e amigos queridos. Quando tudo parecia perdido, chegaram a um lugar novo e belo. O primeiro encontro com os índios foi cauteloso, porém amigável. Como sempre deveriam ter sido os encontros entre diferentes povos. Também foi onde reencontraram Floki (Gustaf Skarsgård) e descobriram o que aconteceu com ele. E como queremos reencontrar e abraçar nossos bons e velhos amigos!
Mas é uma frase de Ubbe que devemos ter em mente: “Podemos chegar até aqui e continuar sendo que sempre fomos?” Não podemos ser como o jovem que deixou a sede por ouro dominá-lo. Enquanto continuarmos com as velhas ambições e preconceitos, ainda seremos como os antigos povos bárbaros que guerreavam até a morte há centenas de anos. Assim como os vikings na América, quem seremos daqui pra frente só depende das escolhas que fizermos.
Para o bem ou para o mal, esse foi o final de Vikings. Porém, a Netflix já encomendou um spin-off chamado Vikings: Valhala. A produção se passará 100 anos após os acontecimentos da série original, e terá como personagens alguns descendentes de nomes que já conhecemos. Michael Hirst será o produtor-executivo, mas os episódios serão escritos por Jeb Stuart. A expectativa de lançamento é entre o final de 2021 e início de 2022.
Até lá, ficaremos com saudade que Vikings deixou.
Nota: 8.5