O próprio Alan Moore aparece em uma participação especial e, digamos, onirica em The Show
O próprio Alan Moore aparece em uma participação especial e, digamos, onirica em The Show

The Show: a fantasia ‘noir’ de Alan Moore

Apesar de lançado em 2020, filme recebeu pouca atenção na América Latina

Anunciado em 2018, The Show talvez não tenha recebido a devida repercussão que a estreia de Alan Moore nos cinemas deveria causar. Talvez porque a direção de Mitch Jenkins ora pareça pouco inspiradora, ora surja experimental ou porque seja um filme com poucos nomes conhecidos o que soa quase anti-hollywoodiano. Mas no que o filme tem de melhor, é justamente o roteiro e é o que faz tudo valer a pena.

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Embora seja chamado de estreia, trata-se da terceira colaboração entre ambos. Antes veio Act of Faith (2012) e Show Pieces (2014), que parecem ter sido projetos que a dupla encontrou para trabalhar juntos e descobrir seu proprio tom com a sétima arte. Vale lembrar o que o proprio Moore disse a respeito de fazer The Show: “Com The Show quero aplicar toda habilidade em contar histórias que acumulei em minha variada carreira no meio cinematográfico. Quero fazer uma abordagem old-school e descobrir  com Jenkins o que acontece quando você junta isto com técnicas e ideias modernas. E quero fazer disso um pedaço radical de cinema progressivo e absolutamente sumtuoso, envolvendo entretenimento: um show genuíno e espetacular”.

Fletcher Dennis (Tom Burke, de Mank) é um solitário que viaja incógnito a mando de um cliente de Londres que quer de volta uma herança de família roubada. Mas ao rastrear seu suspeito até Northampton, o misterioso investigador particular descobre que Jim Mitchum (Darrell D’Silva) morreu em um aparente acidente em uma boate na noite anterior. Ainda sendo pago para encontrar a “cruz dourada” desaparecida, ele se hospeda em um quarto local e parte numa jornada de mistério e espiritualidade.

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Em muitos momentos, The Show tem um ritmo lento de uma graphic novel escrita por Moore, mas o filme jamais perde aquele ar de uma certa, digamos, esquisitice que soa tão bem em suas histórias. Desta vez, ele próprio aparece em uma participação especial e, digamos, onirica e que acrescenta bastante a historia. Todo esse ar noir faz lembrar um pouco trabalhos como Twin Peaks e outras producoes que nao se preocupam tanto em apresentar algo facil, mas em construir um sentimento de perturbação no telespectador. E como perturba, mas de um jeito bom.

The Show passa longe de ser um tipico filme hollywoodiano e parece mais com um bom filme europeu (foi produzido no Reino Unido). Diferente e interessante.

Nota: 8.5

The Show pode ser visto no Google Movie e vale a pena. Assista ao trailer:

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