Esse é um dos livros mais pop de 2018 e finalmente ele saiu da estante! A autora australiana Jen Wilde tem feito sucesso com suas personagens jovens e abertamente LGBT, e The Brightsiders é só mais um exemplo do que ela tem feito.
spoiler free
Um dos pontos altos desse livro em particular, é que ele não tem nenhum personagem relevante que não faça parte da sigla LGBTQ+, e só isso é incrível. E não, as personagens não são estereótipos ou clichês de nenhuma das letrinhas.
Em Brightsiders, Jen traz a história de Emmy King, uma adolescente prestes a completar 18 anos que precisa lidar não só com a fama (ela é baterista de uma banda famosa que chegou ao estrelato há pouco tempo), mas com os seus pais abusivos (fica o alerta para quem tem problemas com o tema), e com a sua bissexualidade.
Se você acha que isso já é problema demais para colocar num livro só, respira fundo, porque Jen Wilde ainda trabalha transfobia, bifobia, relacionamento abusivo (de pais e de namoradxs), empoderamento feminino e vício em drogas. É um prato cheio, beeeeeeem cheio.
Se por um lado o livro é de uma grande beleza, justamente pela forma com que a autora consegue lidar com todos esses temas tudo junto e misturado sem deixar a peteca cair no campo do preconceito. Por outro lado, Jen Wilde consegue a façanha de ser didática demais. O livro é explicadinho demais, e isso é o seu maior defeito.
Não há o menor espaço para reflexão do leitor, que é carregado o tempo inteiro para as conclusões que a autora quer que ele entenda. Em compensação, a escrita é bastante fluida e recheada de pequenos poemas que são as canções do grupo.
E os personagens principais são fofos.
Com pontos positivos e negativos que de alguma forma acabam por se equilibrar, e considerando a importância desse tipo de livro hoje em dia:
Nota 8,5.