‘Sergio’ encarna o melhor do ser humano em filme edificante

Wagner Moura é uma unanimidade como ator e, talvez, por isto queira explorar outros tipos de artes para dialogar com o público. De Los Angeles, onde vive hoje em dia, encontrou uma vocação de fazer filmes sobre grandes personagens sul-americanos das últimas décadas e Sergio atinge esse ponto de vista.

A produção da Netflix narra parte da jornada do diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello, que chegou a ser cogitado como sucessor de Koffi Annan, mas foi assassinado em um atentado terrorista envolvendo o Estado Islâmico, durante seu trabalho no Iraque.

Partindo justamente de suas últimas horas para depois voltar no tempo e recontar sua história, Sergio tem como ponto da história as atuações da dupla principal: Wagner Moura, no papel-título, e Ana de Armas, como Carolina, companheira do diplomata. A produção serve como veículo para Moura dar verossimilhança a um personagem quase bidimensional, com poucas falhas. Se há alguma humanidade na tela, é o ator que a capta já que o roteiro de Craig Borten falha em trazer isso para a história.

Em muitos momentos, a direção de Greg Barker também se torna excessivamente dependente do ator ao invés de criar seus próprios mecanismos para a história. Felizmente, Moura é um grande ator e faz de cada cena um espetáculo. Ana de Armas não fica para trás, mas sua personagem carece de profundidade e desenvolvimento, que a atriz defende como pode.

Sergio talvez seja um filme mais obrigatório para brasileiros simplesmente para ver um pouco de luz em um país cada vez mais sombrio. Um lembrete do melhor que este país pode produzir diante do pior momento que vive em décadas.

Nota: 7

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