Talvez o maior mérito de Superman II seja a sua fidelidade ao primeiro filme. Aliás, a história se perde exatamente nos momentos em que tenta se diferenciar do primeiro filme. Por vezes, o lado comédia que os produtores queriam surge mais do que no primeiro – não sem motivo; Richard Donner não terminou de dirigir este filme e deixou a cargo de seu assistente Richard Lester – e os efeitos especiais soam muito mais artificiais aqui (mesmo se considerarmos a idade que o filme possui).
E qual o saldo de tudo isso?
Lex Luthor (Gene Hackman) escapa da prisão e encontra-se com três criminosos kriptonianos tão poderosos quanto o Super-Homem. General Zod (Terrence Stamp), Ursa (Sarah Douglas, cujo personagem já foi nomeado de Zaora nos quadrinhos) e Quex-Ul (Jack O’Halloran) foram condenados por Jor-El, o pai de Kal-El ou Super-Homem. Agora, Super-Homem ou Clark Kent enfrentará três seres tão poderosos quanto ele.
Deixando de lado a precariedade que o tempo trouxe à luta entre Super-Homem e os três criminosos, o eixo que conduz o filme é a ambigüidade que o personagem principal vive entre seu lado humano e seu lado alienígena e como Lois Lane se encaixa nisso tudo. Ávido por viver com seu grande amor, Super-Homem decide ser apenas Clark Kent. Porém, conforme qualquer messias, ele descobre que não pode fugir de suas responsabilidades.
O maior problema do filme são os furos bizarros de roteiro. Seja na “super-visão-de-calor-telecinética” que permite que kriptonianos aqueçam armas e as movam no ar ou o “super-símbolo-rede” ou na “super-telepatia” milagrosa que “apaga a mente” (!!!) de Lois Lane (Margot Kidder) para que ela esqueça tudo o que ocorreu (no original, seria nesse momento que Super-Homem faria o tempo voltar), o roteiro foi dilacerado. Pouco importa se por produtores ou se por Lester, fica aquele sabor de “e se o Donner dirigisse?”.
Apesar de todos esses problemas, inegavelmente Superman II – A Aventura Continua é um grande clássico. Só superado pelo primeiro filme. Abaixo, confira o trailer do filme:
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