Promethea – Book Two

Preciso confessar que enrolei para fazer essa resenha porque ela vai ser difícil. Por causa de diversos motivos, um deles é realmente fazer essa resenha sem nenhum spoiler, acho que nem deveria fazer essa promessa, mas vou tentar. Outro motivo é que ela não vai ser tão positiva quanto os fãs de Alan Moore e de Promethea esperam.

spoiler free

O segundo volume com seis capítulos da série Promethea traz a continuação da saga de Sofie e seu alter ego como Promethea. Depois de um primeiro volume cheio de ação e aventura, os próximos capítulos até começam animados, mas em seguida emendam numa fase de aprendizagem de Sofie/Promethea sobre magia, realidade vs imaginação e como os poderes da Promethea funcionam.

A parte esotérica e simbólica utilizada pelo Alan Moore tem lá uma base nos princípios clássicos dessas coisas. Mas o autor dá uma forçada aqui e ali, que fazem parte de qualquer ficção, então nem posso dizer nada. O que me incomodou nem foi isso, é a forma como Sofie/Promethea conseguem negociar com o mago para ele ensinar. Achei totalmente despropositado, não enobrece em nada as personagens, serviu pura e simplesmente para saciar o lado pervertido do autor. Olha! Sem spoiler!

Além de ficar extremamente incomodada com isso, a coletânea sofre com a quebra de ritmo entre as aventuras e os ensinamentos, porque quando eles começam parece que todo o resto para por muito, muito, muito tempo. Em outras palavras, a leitura fica lerda, e porque não dizer logo, chata.

A parte gráfica continua belíssima, mas sofre exatamente do mesmo problema do volume anterior, é uma personagem feminina que deveria ser muito empoderada, mas é claramente vista e apresentada de um ponto de vista exclusivamente masculino.

Em outras palavras, o segundo volume é bem pior que o primeiro. Confesso que fiquei triste ao perceber isso.

Nota 7,5.

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