Nas últimas semanas tive o prazer de assistir a nova série da Netflix, um remake da clássica She-Ra: a princesa do poder, de 1985. A nova série agrada a diversos públicos e garantiu seus 100% no Rotten Tomatoes. Fiquei feliz em me deparar com a união entre garotas e o empoderamento das mesmas, além de trazer alguns personagens de um jeito diferente, como Adora, que se mostra humilde ao discernir certo e errado – no original ela também era, mas acredito que sua transição tenha sido mais bonita dessa vez – e expressiva no seu relacionamento com Felina. Não posso me esquecer do Arqueiro, um dos únicos personagens masculinos mas que não se comporta de maneira prepotente ou naquele clichê do “machão” que rouba a cena e salva as donzelas.
Mas como sempre, quando o assunto é remake de clássicos, fiquei desapontada – não surpresa – com a reação de uma massa de fãs da antiga série que fizeram fortes críticas ao novo visual e à história em si, e me sinto obrigada a falar sobre isso.
She-Ra: e as princesas do poder, tem como objetivo não só ressuscitar um clássico e divertir as crianças e jovens de hoje, como também mostrar o valor da união entre garotas – podemos reparar já pelo título que se torna mais inclusivo ao colocar “as princesas do poder” dando a entender que She-ra não é a única nessa jornada – e agregar ao movimento #girlpower que vem crescendo. Então, os traços infantilizados de Adora, em comparação à antiga, fazem jus ao seu foco. Levando em consideração as mudanças de visual e roteiro, a nova série se adequa melhor às crianças, que são o público da maioria das animações hoje em dia.
Quando nós, adultos com outra visão de mundo assistimos esse tipo de animação naturalmente teremos uma experiência diferente das crianças e adolescentes e precisamos separar uma coisa da outra. E quando nós nos expressamos – muitas vezes de maneira violenta – pedindo mudanças que não cabe a nós decidir, estamos sendo egoístas. Isso sem falar no absurdo de reivindicar por roupas mais curtas e personagens femininas mais sexys. Isso tira o brilho e o toque empoderado.
Eu como uma grande fã de animações e ativista do movimento feminista, me sinto na obrigação de defender um trabalho tão bonito e empático, e da mesma forma farei com casos parecidos. Acima de qualquer capricho nerd vamos colocar a experiência daqueles que realmente precisam de mensagens como a de She-ra e as princesas do poder.
Confira o trailer de She-ra e as Princesas do Poder:
A soldado Adora encontra uma espada mágica – e sua identidade como a heroína She-Ra. Ela se junta à Rebelião, mas sua melhor amiga fica do lado da Horda do Mal.