A série Wandinha (Wednesday) chegou chegando na Netflix. Recordes foram batidos ainda na primeira semana de exibição, alcançando o posto de produção de língua inglesa mais vista na plataforma. E no dia 6 de janeiro garantiu a renovação para a 2ª temporada. Mas, afinal, qual seria a raiz de tanto sucesso?
Convenhamos que quando foi anunciado que Tim Burton encabeçaria uma série sobre a adolescência da filha da Família Addams não seria aceitável nada menos que algo espetacular. Não que fosse impossível fazer algo ruim, mas como a personagem sempre foi uma menininha, desde que surgiu nas tirinhas de Charles Addams para a revista The New Yorker em 1940, transformá-la em adolescente era um risco considerável. De modo que o que quer que fosse feito precisaria estar além de qualquer expectativa para valer a pena.
E deu certo. Por mais céticos que estivéssemos, levar uma Wandinha (Jenna Ortega) com poderes mediúnicos para ser a excluída em uma escola de excluídos funcionou muito bem. Foi o que deu o ponto de equilíbrio e conexão nos assuntos. Afinal, se é para falarmos de preconceito e exclusão, que período da vida é melhor do que a adolescência? Só que Wandinha não tem espaço em sua vida para draminhas irritantes, e agradecemos por isso.
O fato de uma antepassada dos Addams estar ligada à trama central para falar de xenofobia, bem como um trágico acontecimento da juventude de Morticia (Catherine Zeta-Jones) e Gomez (Luis Guzmán), contribuiu muito para que sentíssemos conexão com o que conhecemos da família Addams. Além de, junto com a investigação, trazer dramaticidade para o enredo e facilitar o interesse de espectadores de todas as idades.
Porém, Wandinha por si mesma é capaz de atrair atenção e formar conexão com qualquer tipo de pessoa, por mais que ela pudesse odiar essa ideia. Ela é inteligente, sarcástica, não se importa com convenções sociais e também não liga se não gostam dela. (Na verdade ela finge não ligar, no fundo, curte em segredo.) E precisamos confessar que gostaríamos de ser assim, ou queríamos ter ao menos um pouco dessa postura quando tínhamos sua idade.
Priorizar a formação de amizades e não deixar o romance como centro de tudo também foi positivo. Pois ninguém aguenta mais ver histórias de amor adolescente, mas é com amigos que realmente descobrimos nosso lugar no mundo. Então foi interessante ver Wandinha, aos poucos, aceitando outras pessoas em sua vida e se apegando a elas.
Enfim, Wandinha tem muito a aprender. E nós com ela. Ainda não existe previsão de estreia da 2ª temporada, mas dá pra reassistir os 8 episódios da 1ª temporada da série criada por Alfred Gough e Miles Millar. Para mais informações, fique atento às nossas redes.
Nota: 9,5
Confira o trailer: