Belas Maldições é um acerto da Amazon Prime Video, o que faz a gente imaginar porque a segunda temporada de Deuses Americanos dá tão errado. Se na primeira temporada da história de Neil Gaiman as coisas não andaram muito bem, na sequência a coisa desanda de vez. E por que será que não usaram o exemplo da produção que adapta o livro fascinante de Gaiman com Terry Pratchett?
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Uma das grandes virtudes da série sobre Aziraphale e seu amigo Crowley talvez seja a percepção de como a história era curta. Belas Maldições é uma minissérie, um formato que já é lançado com a data de seu fim. Por isso, não há muita enrolação e só vai ao ar o necessário. A produção é fidelíssima ao livro e, apesar de um problema ou outro de direção (especialmente no conflito final que deveria ser o clímax), é um acerto para quem leu ou não o livro. A economia se torna encanto.
Por outro lado, na segunda temporada de Deuses Americanos os produtores insistem em prolongar a etapa da histórica com tomadas em slow motion e episódios que só enrolam. Até mesmo as mudanças incomodam porque nada acrescentam para a história como a presença do filho de Odin. A saída de Gillian Anderson, um dos grandes destaques da primeira temporada, deixou as interpretações mais pobres. E óbvias.
Em que se pesem os problemas da série, a minha impressão é que foi um projeto mal desenhado em sua concepção. A história original é curta apesar do tamanho do livro. Os contos que compõem o livro enriquecem a trama, mas tem pouca ação na jornada de Shadown Moon. Era melhor seis, oito episódios do que duas intermináveis temporadas. E vem aí a terceira com seu terceiro showrunner.
Nota: 5