Com uma temporada que fecha seus arcos e abre outros, Peaky Blinders entra talvez em um novo ciclo da jornada de Thomas Shelby (Cillian Murphy) embora seja o último episódio da série. Com uma promessa antiga de virar uma franquia cinematográfica, o último episódio se transforma em uma catarse que mostra como o protagonista da série pode ser imbatível.
Esta resenha pode estragar algumas surpresas da última temporada que estreia nesta sexta-feira (10) na Netflix. Leia apenas se não ligar para spoilers ou já tiver visto.
++ Leia também: Assista o trailer da última temporada
Thommy começa esta temporada praticamente derrotado. Ele está com uma doença terminal, seus inimigos são seus grandes aliados e o empurram para uma jornada que pode destruir sua família e nem mesmo seu crescimento na política parece ser capaz de protegê-lo. Como se já não fosse o suficiente um golpe maior surge com a morte de sua filha pela mesma doença. Não há culpados além do misticismo cigano que trazem apenas um novo problema: um filho gerado por uma antiga amante.
É admirável que Peaky Blinders tenha conseguido fazer da triste morte da atriz Helen McCrory uma elegia à Polly, sua personagem. Embora houvesse dúvidas sobre como a partida de uma personagem tão importante pudesse afetar o enredo, a série conseguiu fazer do limão uma limonada e transformar o desfecho de Polly em um assassinato que aumenta a cisão entre Michael (Finn Cole) e o líder dos Shelby, que é apontado como culpado pelo filho da cigana. Esme (Aimee-Ffion Edwards) passa a ocupar um papel importante como a feiticeira da série.
Com tantos problemas era de se esperar mais consequências dentro do enredo. Peaky Blinders inicia com um Tommy abatido, fragilizado e disposto a apenas se despedir. Mas termina com um final místico, em que ele descobre que toda sua suposta doença era outra farsa. E talvez este ar de revisionismo incomode quem esperava um fim que… Acabasse a história. Sem nenhuma notícia concreta, fica a dúvida se realmente podemos esperar mais desta história.
Neste contexto, a entrada de novos personagens acaba atrapalhando mais do que ajudando com Sir Oswald Mosley (Sam Claflin) e Lady Diana Mitford (Amber Anderson) soando personagens de motivação ambígua demais para o enredo. Muitas vezes temos a impressão de que estão lá por puro Fanservice ainda que os dois atores façam o possível para defender seu papel. Da mesma forma, Anya Taylor-Joy parece subutilizada como Gina Gray.
O melhor da série talvez seja ver a relação entre os irmãos Shelby prosperar. Arthur Shelby (Paul Anderson), o personagem mais apaixonante da franquia, finalmente toma as rédeas de seu destino e desabafa sobre como se sente em relação a liderança do irmão mais novo. A jornada do personagem é um resumo de porque a série é tão boa: une drama e ação.
Nota: 9
Assista ao trailer da última temporada: