Escrito por David Hemingson (escritor de séries como Family Guy e Bones) e dirigido por Alexander Payne (Nebraska), Os Rejeitados é um filme que faz de Paul Giamatti sua principal força como o rigoroso professor Paul Hunham. Não chega a ser novidade. O ator costuma entrar apenas em projetos bem diferentes em Hollywood e desde Duetos, Os Rejeitados talvez seja seu filme mais comercial. E nem por isso menos interessante, como quatro indicações ao Oscar parecem provar. Giamatti está lá concorrendo a estatueta de melhor ator.
++ Leia também: Pobres Criaturas é a fábula feminista do Oscar
O recesso de fim do ano é sempre muito aguardado por alunos dos internatos norte-americanos, especialmente os do prestigiado Barton Academy. Enquanto a maioria se prepara para passar férias com famílias e amigos, um grupo conhecido como “Os Rejeitados” precisa permanecer na escola sem lugar ou pessoas para visitar e nada além de atividades acadêmicas. Paul Hunham (Giamatti) é um professor solitário e nada querido pelo corpo docente, mas sempre se candidata a permanecer como responsável pelos alunos “que sobram”. Durante este periodo, precisa lidar especificamente com Angus (Dominic Sessa), um adolescente que lida com uma familia disruptiva. Entre gritos, perseguições no corredor, detenções e conversas, os dois acabam descobrindo mais sobre a vida com a ajuda da cozinheira-chefe da escola, Mary Lamb (Da’Vine Joy Randolph).
Os Rejeitados funciona melhor como um filme de ator do que como uma historia edificante, em que todos ficam felizes no final e aprendemos uma importante lição. Se começa com Teddy Kountze (Brady Hepner) como um antagonista vai abrindo mão de personagens e foca na relação desconfiada entre Angus e Hunham com cortes de Mary Lamb. Aqui vale um aparte: o roteiro podia ser um pouco mais generoso com Da’Vine Joy Randolph, que rouba a cena sempre que aparece mas pega um personagem com pouquissimo desenvolvimento. Melhor para as tabelinhas entre Hunham e Sessa, que se traem, se ajudam e terminam com uma jornada que flerta com o piegas, mas termina memorável.
Inevitavelmente, este é o tipo de filme que nos ensina alguma lição mas sua grande diferença está em deixar o espectador descobrir por si mesmo. O amadurecimento de Os Rejeitados trata exatamente de sermos menos duros conosco e com os proximos e descobrirmos que na generosidade caminhamos para frente. A tendência da vida é tudo dar certo.
Nota: 8.5
Assista ao trailer do filme: