Talvez por causa do estrondoso sucesso da série Lupin, o novo filme de Omar Sy na Netflix vem tendo boa audiência. Desde que estreou, em 6 de maio, Os Opostos Sempre se Atraem (Loin du périph) se mantém no Top 10 de filmes da plataforma. E o longa tem bons motivos para isso.
Ousmane Diakhité (Omar Sy) e François Monge (Laurent Lafitte) são amigos e policiais que não se viam a dez anos. Suas carreiras seguiram caminhos diamantes. Mas um corpo encontrado de forma pitoresca reúne os dois em uma investigação que se mostra uma conspiração.
Apesar de ser sequência de Os Opostos se Atraem (De l’autre côté du périph) lançado em 2012, o filme funciona bem sozinho. O que é bom, já que o primeiro não está presente em nenhum catálogo de streaming. (Que tal corrigir isso, Netflix?) O início deixa claro que ambos eram próximos e como acabaram se distanciando. Para aqueles que não viram o original, fica apenas a curiosidade de saber o que aconteceu há uma década.
Mas voltando ao enredo, a investigação leva Ousmane e Monge de Páris ao interior da França. Uma daquelas cidadezinhas idílicas que se gabam da tranquilidade, prosperidade, e tem um prefeito de extrema direita. Sim, a trama monta um bom caso em cima de críticas sociais e políticas. E aproveita disso para quebrar estereótipos dos filmes buddy cop. Aqui o policial negro não é apenas um alívio cômico, e ainda denuncia o racismo estrutural dentro da corporação.
A dinâmica dos atores é espetacular. Daquelas que mesmo que a história fosse ruim fariam o filme valer a pena. Seria até interessante que surgisse uma série derivada, mas, como as agendas dos atores e diretor estão cheias, mais filmes para a franquia já estão de bom tamanho. Mesmo que demorem a sair.
Os Opostos Sempre se Atraem foi escrito por Stéphane Kazandjian e dirigido por Louis Leterrier. É um filme cheio de ação e humor, mas sem esquecer de trazer algo pertinente. Com certeza algo que vale a pena.
Nota: 8,8
Confira o trailer: