Demorou quase um mês, mas enfim, Mario Frias foi nomeado para o cargo de Secretário Especial da Cultura do Ministério do Turismo, no lugar de Regina Duarte.
Em 1999, o ator protagonizou a sexta temporada do seriado teen Malhação, fazendo par romântico com Priscila Fantin. De 2010 a 2013, apresentou o game show O Último Passageiro e também um programa sobre universo country Super Bull Brasil, na RedeTV!. Em 2016, retornou à Record interpretando o rei Adoni-Zedeque na novela A Terra Prometida. É com esta bagagem que o governo Bolsonaro o encara como capacitado para assumir a cultura do Brasil.
Sai a a atriz Regina Duarte e entra galã de Malhação. Em comum, a falta de experiência com gestãoEntrando no lugar de Regina Duarte, Frias têm em comum a carreira e a falta de competência do cargo. Embora em sua campanha, Jair Bolsonaro falasse de um “governo técnico”, a realidade se impôs e um deputado com trinta anos de mandato e nenhum projeto de lei aprovado incluiu familiares, amigos e militantes sem nenhuma competência e despreparo em cargos. O resultado na cultura é evidente: a indústria cultural brasileira está parada e mesmo verbas já aprovadas não são liberadas por atos burocráticos sem sentido. Não é incompetência, mas projeto, diria Darcy Ribeiro.
Atores podem ocupar cargos de gestão como jogadores podem ser técnicos. Nos dois casos, a experiência profissional mais ajuda do que atrapalha. Porém não resolve todos os conflitos. Sem a bagagem de dirigir uma produtora ou um teatro ou até uma sala de cinema, Frias chega sem bagagem profissional para entender os desafios do setor. Seu entusiasmo pelo bolsonarismo é comum aos seus antecessores, inclusive um secretário demitido por apologia ao nazismo. Há semanas atrás, esse ar efusivo por um governo que só destroi e não constroi se manifestou assim sobre sua antecessora:
Resta saber no que Frias e Regina divergem. O que se alinham está claro assim como o resultado disso: tornar cada vez mais difícil o fazer arte no Brasil.
