Quem acompanha minhas resenhas sabe que quando eu gosto de determinado autor, eu não meço esforços de ler qualquer coisa nova ou antiga, eu gosto é de completar o álbum. Mas, quanto mais a gente lê determinado autor, maior a probabilidade de encontrar algo dele que não nos agrada.
SPOILER FREE
Infelizmente esse foi o caso com o nosso reino do português Valter Hugo Mãe. Apesar de eu adorar o português, ter quase que todos os seus livros, e de forma geral adorar a sua obra, preciso ser sincera e dizer que não gostei desse livro. A história se passa num vilarejo português na década de 70, e é narrada do ponto de vista de Benjamim, uma criança de cerca de 9 anos. História talvez seja exagero, o livro é quase que uma coletânea de impressões e pequenos causos, onde a percepção carregadíssima de catolicismo do menino é o fio da meada.
Valter Hugo Mãe faz uso da sua forma de escrever repleta de lirismo e poesia, mas, as imagens não me agradaram e nem me prenderam na narrativa. De forma geral, achei tudo muito exagerado por um lado e grosseiro por outro. Nada contra os exageros ou grosserias de forma geral, mas, precisa ter um objetivo ou um papel na narrativa. E sinceramente, não achei que agregou, ficou só com cara que o autor queria chocar o leitor só pra chocar mesmo.
O resultado ficou um tanto quanto desconjuntado, numa leitura sonolenta e sem graça. O resultado certamente independe de qual edição você encontre, a antiga pela Editora 34, e a nova pela Biblioteca Azul.
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Minha nossa, como me doeu escrever isso sobre o autor… então, vou terminar dizendo que ele tem coisas incríveis, mas não recomendo o nosso reino como uma das suas obras a serem lidas. Pega qualquer outro livro, é provável de acertar.
Nota 4.