James Cameron e Linda Hamilton se reencontram em O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio. A continuação da saga Terminator tem o desafio de contar uma história que valha a pena. Desta vez, o foco não é John, mas Sarah Connor (Linda). E será que vale?
A jornada recomeça também com novos protagonistas, já que o ponto de partida recria o significado de Sarah neste universo. Afinal, o original “Dia do Julgamento Final” passou faz tempo. Por isto, a cyborg Grace (Mackenzie Davis, do aclamado episódio San Junipero, de Black Mirror) e Dani (Natalia Reyes), que é perseguida por um novo modelo de Terminator (Gabriel Luna). A saga Terminator vem passando por várias tentativas de retomá-la com o sucesso dos anos 90.
O Exterminador do Futuro 3 buscou trazer o que poderia ter acontecido com John Connor (cometendo o erro de não trazer de volta Edward Furlong) e fazer o Judgment Day ocorrer enquanto Salvation nos inseria no futuro que se buscava evitar com Christian Bale vivendo o mitológico personagem. Todos filmes bem intencionados, mas falharam em impedir uma bobagem como Gênesis, devidamente desconsiderado como possível reboot.
Ou seja, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio chega para situar a saga novamente em um ponto que faça sentido na mitologia original de Cameron. O roteiro de David Goyer e a direção de Tim Miller tentam fazer reverência a O Exterminador do Futuro e sua sequência, os melhores da saga.
Talvez por isto fique a sensação de que Mackenzie e Natalia tenham menos espaço do que a história pede. São personagens interessantes, mas que acabam não tendo a chance de desenvolver seu background. Quase por falta de tempo ou desinteresse dos criadores.
A virada de O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio que traz Arnold Schwarzenegger talvez seja o principal problema da produção. Faz a história perder ritmo e torna tudo excessivamente reverente. Schwarzenegger tem seu carisma e é fundamental para este universo ter chegado até aqui, mas soa cada vez mais inverossímil esse compromisso em recolocá-lo em todas as produções da franquia. A justificativa de seu retorno e de como está nos dias de hoje soa quase cômico, mas é 100% difícil de engolir. E é a partir de sua (re)aparição que tudo fica perdido.
Do início ao clímax, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio acerta quando confia no que tem de original mas esbarra no passado ao reverenciar as primeiras produções de Cameron. De bom, talvez seja um ponto de partida para uma nova realidade da franquia com novos personagens no mesmo universo e com Cameron e Linda ainda envolvidos.
Se for assim, terá valido a pena.
Nota: 8