Baseado na clássica graphic novel argentina homônima. O Eternauta estreou na última semana pela Netflix e já causou na internet. Na historia de ficção científica, Juan Salvo (o astro Ricardo Darín) precisa lidar com uma invasão espacial na Terra que mata milhões de pessoas e cujos aliens causadores não serão facilmente derrotados. A história tem ares de alegoria da ditadura militar argentina, mas é uma ficção científica vigorosa e interessante.
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A direção de O Eternauta cabe a Bruno Stagnaro (Okupas), que cumpre o fardo de adaptar o que talvez seja a grande graphic novel de todo um continente. Mesmo quem já leu a graphic novel original vai se interessar pela série e, talvez, se impressionar com as mudanças que o diretor impôs. Sem recorrer a preciosismos hollywoodianos, a produção não deixa fazer feio em nenhum efeito especial ou nas cenas de ação.
É sempre um prazer ser contemporâneo de Ricardo Darín e ter o privilégio de assisti-lo em filmes. O Eternauta nos permite conferir o talento do ator argentino também na TV e ele mostra todos os seus recursos dramáticos além de se impor até mesmo em cenas de ação. Nesta produção, o melhor da mitologia eternautiana se integra ao melhor do audiovisual argentino e mostra que na América do Sul temos muita vitalidade para trabalhar no gênero.
Carla Peterson, Marcelo Subiotto, César Troncoso, Andrea Pietra e Ariel Staltari completam o elenco. O Eternauta conta com a direção de Bruno Stagnaro (Okupas). Na trama, a Argentina é devastada por uma neve radioativa e a única forma de atravessar as ruas é com um equipamento que proteja sua pele e respiração. Originalmente, a trama se passava nos anos 60 mas nesta adaptação será nos dias atuais.
Nota: 10
Os seis episódios da série estão disponíveis na Netflix. Assista ao trailer final de O Eternauta:
Escrita por Héctor Germán Oesterheld com artes de Francisco Solano López, a graphic novel O Eternauta foi uma severa crítica a ditadura argentina e regimes totalitários na América do Sul. Originalmente, O Eternauta foi publicada como uma tira semanal entre 1957 e 1959, na Hora Cero Semanal, antologia de quadrinhos da Argentina. A disputa dos direitos autorais da graphic novel foi alvo de disputas judiciais por décadas até os anos 90, quando retornaram para os herdeiros de Oesterheld.