Como todos minimamente por dentro hoje em dia sabem, as grandes editoras de quadrinhos não fazem mais apenas quadrinhos. Seguindo nessas novas fronteiras, a DC Comics começou a publicar em 2017 uma série de 4 livros estrelando suas principais personagens e trazendo como escritores grandes nomes da literatura young adult da atualidade.
Mulher Maravilha: Sementes da Guerra é o primeiro livro dessa série e é escrito pela israelita naturalizada americana Leigh Bardugo, famosa pelas séries Grisha, Six of Crows e Nikolai.
SPOILER FREE
Por ser o primeiro livro de uma série, Sementes da Guerra é uma história de origem. Ok, todos estão carecas de ver versões da história de origem da Mulher Maravilha. Mas tenham uma certa paciência, a versão de Leigh Bardugo tem os seus méritos e a história de origem da princesa Diana está muito boa nesse livro. Toda a mitologia utilizada para criar as amazonas está muito legal, e apesar de novamente termos uma espécie de missão de resgate de uma pessoa perdida na ilha como motivador para Diana ir para o mundo dos homens, pelo menos o resgatado é uma mulher.
Alia Keralis está sendo perseguida, mas se recusa a aceitar que isso é verdade e não consegue entender o porquê das tragédias que ocorrem a sua volta. Sua visita a Temiscira, apesar de curta, começa a quebrar sua forte descrença em algumas coisas, mas nada se compara com a jovem que a ajuda, Diana, que simplesmente não pode existir nos padrões da realidade normal.
Usando isso como premissa e uma boa dose de mitologia grega, Leigh Bardugo cria uma história cativante e cheia de adrenalina e até mais da metade do livro eu estava cantando louvores a sua capacidade narrativa e a tudo que ela montou para Mulher Maravilha.
Mas aí, a autora caiu nas armadilhas dos clichês e me pareceu um tanto preguiçosa para criar plot twists diferentes. Comecei a sentir como se tivesse lendo o mesmo capítulo várias vezes, porque os problemas e as resoluções eram sempre os mesmos.
O resultado ficou um pouco conflituoso. Por um lado temos um trabalho muito interessante para o passado e as explicações de como funciona o mundo das amazonas, por outro temos um arco narrativo preguiçoso e repetitivo.
Por isso, nota 7,5.