‘Morbius’ prova que Jared Leto precisa de outro agente

Filme da Sony é mais uma canoa furada que o ator embarca

Morbius é a segunda tentativa de Jared Leto em emplacar um filme do gênero de super-heróis. O ator tentou marcar posição ao viver o Coringa em O Esquadrão Suicida, vislumbrando um filme solo do Palhaço do Crime que existia apenas na intenção. Pois a intenção se concretizou, mas com Joaquim Phoenix no papel principal e restou a Leto trocar de agente por ter sido escanteado.

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Segundo o The Hollywood Reporter, o ator reclamou que “um vencedor do Oscar” não poderia ser tratado daquele jeito. Verdade ou não, a situação criou a coincidência curiosa em que Jack Nicholson, Heath Ledger e Phoenix receberam um Oscar pelo papel de Coringa e apenas Leto não. É o tipo de estatística que nenhum ator gosta na vida o que talvez justificasse a troca.

E tudo vai dar certo daqui para frente, não? Não.

Para quem não conhece, Morbius é um velho inimigo do Homem-Aranha cuja descrição de seus superpoderes é basicamente um vampiro criado pela ciência genética. Como outros inimigos do amigão da vizinhança, é inspirado em um personagem do universo de Batman: o Morcego Humano (lançado cerca de um ano antes do vilão marvete).

Como a Sony é proprietária dos direitos de Peter Parker e todos os personagens de seu universo, resolveu explorar outros heróis ou vilões. Venom foi o primeiro até pela popularidade de Eddie Brock entre os leitores, mas Morbius é um inimigo bem pouco conhecido do aracnídeo. Resta esperar por uma boa história.

Restava.

Cena de Morbius: filme é um desperdício de um grande ator
Cena de Morbius: filme da Sony é um desperdício de um grande ator com um vilão pouco conhecido nas HQs

Morbius é um grande desperdício ao desenvolver muito pouco do background do personagem. A  produção começa tentando emplacar uma dinâmica de Médico e o Monstro em que o Dr. Morbius, acometido por uma rara doença sanguínea que afeta sua vitalidade, cria um soro que o transforma em um vampiro humano mas dá pouco desenvolvimento aos próprios personagens.

Martine (Adrie Arjona), por exemplo, é um interesse romântico sem conflitos, ambições ou qualquer outra coisa que a descreva como uma personagem palpável assim como o médico interpretado por Jared Harris, que além do primeiro nome tem em comum com Leto o fato da gente não entender muito bem como ele topou fazer parte disso. No universo de filmes que elevaram o nível do gênero, Morbius faz parecer que todos os envolvidos acreditam na máxima “é só um filme de super-herói” e não se preocuparam com o básico para uma boa história. Dá vergonha. A direção de Daniel Espinosa opta sempre pelas saídas fáceis em cenas de ação com algum destaque para os momentos que o protagonista descobre como funcionam seus superpoderes. A sensação é de que a ideia era usar o rosto bonito e o talento de Leto para convencer em tudo. Não há ator capaz de salvar tamanha falta de imaginação. O resultado é uma produção Sony dentro do universo Marvel absolutamente dispensável e, talvez, o pior filme da empresa desde que entrou no gênero.

Passe longe.

Nota: 2

Assista ao trailer de Morbius:

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