Desde as primeiras entrevistas sobre Mestres do Universo: Salvando Eternia, o showrunner Kevin Smith dava pistas de que a série mudaria o foco. Ao invés do príncipe Adam e seu alter ego (com voz original do ator Chris Wood) mais espaço para Tee-la (Sarah Michelle Gellar) e um novo desafio e caminho para os personagens. Alguns vilões são mais vilões mas outros parecem até mais heróicos.
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O próprio nome da série evoca ao original evitando destacar He-Man. Faz sentido. Mas é possível que alguns fãs se decepcionem com esta parte 1 embora seus criadores tenham tomado o cuidado de trazer detalhes interessantes como destacar que o campeão de Eternia é um cargo que já teve outros representantes. Até Grayskull, que dá nome ao clássico castelo, surge.
Importa menos se He-Man é ou não o protagonista e mais se temos ou não uma boa história. Na primeira parte de Mestres do Universo, He-Man morre ao impedir que Esqueleto roube os segredos do Castelo. Com o tempo, seu fim acaba carregando também a extinção da magia em Eternia. Renegada e distante do Reino após perceber que era a única que desconhecia o segredo, Tee-la acaba entrando na luta para restaurar o poder místico do país e resolver suas desavenças.
Como história, Mestres do Universo resolve muito rápido os conflitos que propõe. Heróis não querem lutar pelo mundo de jeito nenhum mas depois mudam de ideia. Magos atrapalhados ganham expertise quando mais precisam. Ou melhor, quando o enredo precisa. Não ajuda boa parte das viradas da história precisarem de longas explicações mágicas ao invés de cenas com forças dramáticas como o ótimo diálogo entre Gorpo e Maligna. Talvez um dos grandes momentos da série.
No geral, a gente espera que este reboot dê muito certo. As próximas etapas podem ter Tee-la ou He-Man como protagonista desde que tenham uma bos história. A primeira fase soa mais como um grande prequel da parte 2. Tomara que mostre mais? Sim. Mas a série animada da Netflix é, de longe, a melhor coisa com os Mestres do Universo feita desde a série original. Tem potencial de ampliar a concepção do personagem como She-Ra e as Princesas do Poder fez. Não é pouco.
Nota: 7
Confira o trailer da série: