‘Marte 1’ é um filme para quem já perdeu a esperança

Gabriel Martins dirige um filme para não esquecer de que carne o brasileiro é

Escolhido para representar o Brasil numa indicação ao Oscar 23 que não veio, Marte 1 talvez seja um filme que deveria se tornar obrigatório em escolas, faculdades e em qualquer lugar que houvesse um brasileiro que não viu assim como Bacurau. Mas este é um filme diferente. Na direção gentil de Gabriel Martins, em seu primeiro longa, uma história para quem se desespera com a polarização da extrema-direita e esquece de ter esperança.

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Uma família negra de classe média no Brasil enfrenta a eleição de Jair Bolsonaro e ascensão da extrema-direita no país. Tercia (Rejane Faria), mãe de dois filhos, começa a acreditar que está amaldiçoada, enquanto seu marido Wellington (Carlos Francisco) deposita todas as suas esperanças na carreira futebolística do filho Deivinho (Cícero Lucas) que só quer ser astronauta e guardar o segredo da irmã Eunice (Camila Damião).

Nessa Quadrilha Cinematográfica, Marte 1 conta uma jornada de crescimento de cada personagem, inclusive o protagonista: a propria família. Em tempos que temos mais brigas que conversas, mais golpes que diálogo, o filme mostra como todos aprendem a conversar e melhorar a relação entre si pela honestidade. Tudo contado sem panfletarismo ou diálogos de folhetim, mas com trama e força dramática. Tudo fazendo o espectador se envolver com personagens, que você pode avaliar como bons ou maus, mas a única certeza é que são brasileiros.

Com uma direção que pega na sua mão e nos conduz a uma jornada difícil como o Brasil se tornou, Marte 1 acaba sendo uma catarse brasileira. Seja o que for, a gente vai viver sem ter a vergonha de ser feliz. Venha quem vier.

Nota: 10

Confira o trailer de Marte 1:

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