Man of Steel é um exemplo cabal de que a lei de Tiririca (“pior do que tá, não fica”) não existe. É a supremacia máxima da falta de respeito com personagens com décadas de vida. E quem os colocou nesse patamar de popularidade: os fãs. É a prova de que muita gente ainda não aprendeu a dura lição que Batman & Robin ensinou. Quem não lembra quando a franquia do Homem-Morcego quase se extinguiu?
Talvez agora alguém aprenda alguma coisa. Só estou mais preparado para resistir ao sono.
Man of Steel?
Para começar, é impossível avaliar Man of Steel como um filme do Super-Homem. De um Jor-el carateca até um Zod nazista você tem um personagem que flerta com o original mas com as típicas “atualizações” de quem não entende a diferença entre o clássico e o ultrapassado. Nem mesmo a identidade secreta foi respeitada de um jeito decente.
O Super-Homem de Zach Snyder é um herói menos preocupado com os seres humanos do que qualquer membro da Elite. Destrói um prédio inteiro para esmurrar o rosto de um supervilão em um surto Godzillástico, atípico de alguém que se importaria tanto com vidas humanas. Afinal de contas, é tudo tão falso quanto o slow motion de seu diretor. O importante é o espetáculo e que se dane o personagem.
Atuações
A mitologia é desrespeitada em citações gratuitas que banalizam coadjuvantes clássicos como Peter Ross e cenas clássicas como salvar Lois no céu. Chega a dar pena de alguns atores como Henry Cavill, que poderia ser o Homem de Aço de uma geração superando o fraco Brandon Routh. Já Kevin Costner (um Jonathan Kent preguiçosíssimo), Diane Lane (Martha Kent) e Laurence Fishburne (Perry White) parecem constrangidos na telona.

Além das atuações embaraçosas há a pretensão de uma trilha sonora que substitua a clássica. Mas que cai no melodramático. Há novelas brasileiras com músicas melhores. Entre o drama pouco convincente, a ficção científica forçada e cenas de ações com algum apelo onde chegamos? Man of Steel entra no rol de adaptações constrangedores e absolutamente dispensáveis de histórias em quadrinhos. É um material datado de 20 anos atrás quando ainda não se entendia para quem esse tipo de filme fala. Talvez algum dia a gente volte a acreditar que um homem pode voar.