Lost: 20 anos de um fenômeno da TV

A série onde muita coisa começou

Em 22 de setembro de 2004 o voo 815 da Oceanic Airlines que partiu de Sydney, Austrália, rumo a Los Angeles, Estados Unidos, caiu em uma ilha no meio do Oceano Pacífico. Logo após a queda os sobreviventes precisaram encontrar uma forma de contatar o resgate, e de sobreviver naquele ambiente selvagem. Não demoraram a descobrir, no entanto, que os perigos da floresta não eram as únicas ameaças, e que não estavam sozinhos na ilha.

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Essa é a sinopse de Lost, série do canal de TV americano ABC que estreou na mesma data em que começa sua trama. Criada por Jeffrey Lieber, J. J. Abrams e Damon Lindelof teve 121 episódios distribuídos em 6 temporadas, finalizando em 23 de maio de 2010. Foi um fenômeno mundial instantâneo, e que começou a mudar a forma de fazer televisão.

Se antes bastava sentar em frente a TV durante uma hora por semana para acompanhar uma série, com Lost não era suficiente. Era necessário pesquisar, explorar, esmiuçar até o último detalhe para tentar descobrir o que estava acontecendo. Sim, algumas séries já lançavam materiais extras para os fãs enriquecerem a experiência. Mas o fã de Lost era quase um arqueólogo.

Lost completa vinte anos com um legado ainda em debate para a TV e internet
Lost completa vinte anos com um legado ainda em debate para a TV e internet em sua trama intricada e atraente

Com uma trama intricada, personagens complexos e uso de flashbacks para contextualizar suas ações, Lost deu uma guinada na forma de contar histórias. E você se sentia parte daquilo. Os personagens lhe eram queridos, os mistérios dominavam sua vida, e você só queria saber que diabos estavam acontecendo ali!

A mistura de drama, suspense, ficção científica e fantasia era um prato cheio para horas e horas debatendo teorias em fóruns online. O porquê da ilha existir, o destino de cada um, o que estava por trás de tudo. E nenhum assunto era indispensável. Filosofia, mitologia, física quântica, cultura pop, tudo era possível de trazer alguma pista.

É preciso também reconhecer que Lost foi um fruto de seu tempo, o que significa que mesmo representando avanços, possui aspectos que hoje deixariam a desejar. Possuía um elenco grande e etnicamente diverso, mas nenhum personagem negro durava muito tempo. Nenhum dos principais era LGBTQ+, e deficiências eram vistas como algo a ser curado. Mas era o início da década de 2000, e para aquele tempo foi uma trama até que progressista.

Estou aqui tentando falar de Lost através de uma perspectiva impessoal, mas está difícil. A verdade é que quem realmente viveu essa experiência teve sua vida alterada de alguma forma. Se hoje escrevo comentários sobre séries e filmes foi porque um dia Lost entrou em minha vida e descobri que gostava de fazer isso. Assim como muitos blogs e blogueiros surgiram por causa de Lost.

Não dá pra falar de Lost sem mencionar o elenco esplêndido. Matthew Fox, Terry O’Quinn e Dominic Monaghan são alguns nomes que já possuíam certa relevância, mas depois de Lost alcançaram outro patamar. Josh Holloway, Jorge Garcia, Emilie de Ravin, Henry Ian Cusick e Michael Emerson foram algumas das revelações. Até a estrela da Marvel Evangeline Lilly foi uma das protagonistas de Lost antes de ser a Vespa (e virar antivax), e Ian Somerhalder passou um tempo na ilha antes de virar ídolo teen em The Vampire Diaries.

Seja por seu impacto na história da TV, nas carreiras do elenco, roteiristas e diretores, a importância para a economia local de Honolulu (onde foi gravada), ou a forma como tocou a vida daqueles que acompanharam, Lost sempre será lembrada. E se você, por acaso, ainda não viu, a série está disponível na Netflix e Disney+.

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