‘Longlegs’ é mais que um filme de ator para Nicholas Cage

Direção eficaz incrementa atmosfera de mistério

Embora Longlegs tenha ganho fama e reputação em comentários pela atuação de Nicholas Cage – spoilers: sim, ele está ótimo – a verdade é que se trata de um filme recheado de virtudes. Além do próprio Cage, Maika Monroe, que interpreta a protagonista agente Glenn Harker, e Alicia Witt, como a intrigante senhora Ruth Harker, merecem menção em termos de interpretação, mas a grande magia talvez esteja na direção de Osgood Perkins. Aliás, o nome não é familiar à toa, o diretor e filho de Harold Perkins, que imortalizou Norman Bates em Psicose de Alfred Hitchcock.

Por que o psicopata do filme tem esse nome?

Nos anos 90, a agente Glenn Harker começa a carreira como investigadora do FBI em uma investigação sobre um serial killer. Com poucas pistas, ela e um parceiro começam a perguntar pela vizinhança e é quando descobrimos que nossa protagonista tem um talento intuitivo para encontrar psicopatas. Rapidamente, seu chefe a escala para encontrar um assassino que assusta famílias há décadas: Longlegs.

O diretor Osgood Perkins e o ator Nicolas Cage na estreia de 'Longlegs' em Los Angeles
O diretor Osgood Perkins e o ator Nicolas Cage na estreia de Longlegs em Los Angeles

Nessa jornada surge o talento de Perkins para surpreender em planos pouco convencionais em filmes de terror, viradas de roteiro e até mesmo a percepção de que a conclusão chegou cedo demais. Ledo engano. Lógico, quando Cage está em cena o filme soa mais assustador devido a sua interpretação psicopata que evoca Buffalo Bill (o psicopata de O Silêncio dos Inocentes) e até algo bem particular e autoral. Faz sentido falar em “como nunca viu antes” por aqui. Há algo de diferente em Longlegs, incluindo sua constante citação a Satã, quando na verdade os satanistas não estimulam a maldade ou ferir as pessoas.

O diretor assumiu a influencia de O Silêncio dos Inocentes mas é uma pena que Longlegs perca na comparação porque em muitos momentos do filme parece ter o mesmo nivel da produção dirigida por Jonathan Demme e escrita por Thomas Harris. No fim, Perkins opta por flertar mais com o terror do que com a ciência e aposta no inexplicável para agradar ao espectador. Uma escolha curiosa já que tudo que fica em aberto para quem assiste, também fecha possibilidades para quem dirige. Certeza? Só que vale a pena assistir ate o final.

Nota: 8

Confira o trailer de Longlegs:

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