Isabel Allende

Isabel Allende propõe mundo ‘mais feminino’ no pós-pandemia

Isabel Allende é pop. De jornalista a escritora aclamada, especialmente por seu maravilhoso A Casa dos Espíritos (que chegou a virar filme), prepara um livro de não-ficção sobre feminismo: O que nós mulheres queremos. Recentemente, em entrevista à BBC, ela revelou como a crise do novo coronavírus, o covid-19, acentuou as desigualdades e mostrou a oportunidade de um novo mundo.

++ Três livros imperdíveis de 1982

“A pandemia, o confinamento, o medo do vírus e todos os protestos que estão ocorrendo deixam as pessoas bloqueadas. Não é fácil. Acontece comigo, mas sou muito disciplinada. Metade do trabalho é aparecer no computador na mesma hora. Olha, é possível que o faça num dia e não sirva para nada. Mas não importa. É assim que os livros são feitos. Pouco a pouco e com paciência”, revelou a autora.

Isabel Allende prepara livro feminista e reflete sobre como a pandemia afetou o mundo

Além das reflexões mais básicas da pandemia (ela revelou na entrevista que se tornou menos consumista), Isabel Allende também explicou como o cenário atual afetou seu trabalho.

“A pandemia vai produzir uma onda, uma avalanche, de novas interpretações da realidade. Não apenas na arte, mas na filosofia, na história, em tudo. Tudo vai ser reinterpretado. Mas no meu caso, preciso de tempo e distância para ver as coisas. Poderia ter escrito A casa dos espíritos depois do golpe militar no Chile, em 1973. Demorei mais de oito anos para escrevê-lo, porque precisava desse tempo para digerir o que havia ocorrido e poder ver de longe, com ironia. E acredito que vou passar o mesmo com isso”, revela.

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