O fato de ser uma série da Apple+, torna Iluminadas talvez segmentado demais para uma produção que merecia ser visto por bem mais gente. A plataforma de streaming é uma das com menos assinantes enquanto a minissérie com Elizabeth Moss (O Homem Invisível), Jamie Bell (Billy Elliot) e Wagner Moura (Sergio) merece ser assistida com o máximo de pessoas. Misturando suspense, ficção científica e mistério, é uma das melhores histórias do ano.
Kirby (Moss) é uma arquivista de um jornal que sofreu um ataque violento anos atrás e nota que há algo estranho em sua vida. Mesas sempre mudam de lugares, seu animal de estimação nunca é o da mesma raça e até sua relação com a mãe parece diferente. Subitamente, quando outra mulher é assassinada de forma parecida, ela começa a investigar com o jornalista Dan Velásquez (Wagner Moura) como seu agressor (Bell) pode estar relacionado a outros assassinatos em momentos diferentes do tempo. A resposta mais correta pode ser a mais difícil de acreditar.
Iluminadas tem como carro-chefe o talento óbvio de Moss, mas conta também com as atuações de Phillipa Soo, Amy Brenneman e Madeline Brewer e Bell. Além, Chris Chalk e Christopher Denham e Bell, como o misterioso psicopata misógino Harper. Tudo converge para a competente direção de três mulheres (uma delas, sendo a própria Moss) em uma história feminista que usa o abuso contra mulheres não apenas como alegoria, mas como mote principal da luta contra a misoginia. Afinal, se todo misógino é um homem que odeia mulheres, mas diz ama-las, quantas vezes este abusador as violentaria ou mataria se pudesse fazer mais de uma vez?
Para latinos e brasileiros, a excelente atuação de Moura é mais uma pergunta do que uma resposta. Há grandes atores e profissionais circulando no mercado internacional e precisam de uma chance e de papéis que não lhe sejam cobrados falar espanhol. Da mesma forma, há uma infinidade de história sobre mulheres que precisam conhecer o público.
Nota: 10
Confira o trailer de Iluminadas: