No rastro do sucesso da trilogia do Homem-Aranha com Sam Raimi, Demolidor parecia um filme destinado a emplacar nos cinemas. O Homem Sem Medo é um personagem repleto de boas histórias nos quadrinhos e nenhuma má fase marcante, Ben Affleck era um ator respeitado e Jennifer Garner uma estrela em ascensão depois da série Alias. Infelizmente, não deu.
Dirigido por Mark Steven Johnson (que assinou o roteiro de Motoqueiro Fantasma e depois dirigiria Elektra), Demolidor contava até com uma interpretação interessante de Colin Farrell como um Mercenário mais psicopata do que nunca. Apesar do carisma do ator como vilão, faltou muito para o casal de protagonistas segurar uma história que tentava resumir a origem de Matthew Murdock como o super-herói, seu envolvimento com Elektra seguido de sua morte e até uma referência a A Queda de Murdock.
Ufa! Difícil de acompanhar? Nem vamos falar dos (d)efeitos especiais. Embora a tecnologia fosse inferior é só comparar com filmes da época como X-Men e Homem-Aranha para entender como um Demolidor com supersaltos soava estranho.
As gravações não foram fáceis para ninguém. Affleck não enxergava com a máscara e lentes que usava para simular os olhos de um homem cego. Talvez por isso, tenha tomado um chute de Garner em uma de suas cenas de ação e foi a nocaute. Felizmente, ninguém teve que ir ao hospital.
O ator chegou a ler quadrinhos do personagem na expectativa de entrar na cabeça de Murdock, mas desistiu de retomar o papel devido a recepção negativa de Demolidor. Na época, os direitos do personagem no cinema não eram da Marvel mas da Fox que acabou preferindo deixar que expirasse e voltasse para a criadora. A Casa de Ideias licenciou para que a Netflix produzisse uma série onde tanto background poderia ser explorado com mais cuidado.
Curiosamente, Stan Lee foi um dos primeiros a não gostar do filme. O motivo? Ele via o filme como “muito trágico”. E você, o que achou de Demolidor?