Quem acompanha minhas resenhas sabe que eu tenho um certo amor pelo autor inglês Neil Gaiman. Como ele na verdade trabalha há mais tempo do que eu acompanho o seu trabalho, além de que ele publicou muita coisa em quadrinhos em parcerias com outros autores, de vez em quando, acabo descobrindo um trabalho novo que na verdade é velho dele. Free Country: A Tale of The Children’s Crusade foi lançada pela Vertigo em 2015, mas ainda não possui tradução para o português.
spoiler free
Free Country é uma Graphic Novel com uma coleção de histórias que apresentam a saga da Cruzada das Crianças, onde ao longo do tempo diversas crianças descobrem uma espécie de mundo paralelo chamado Free Country. Com o tempo, algumas delas se organizam em um conselho e decidem salvar todas as crianças do mundo. Só que para isso, o mundo onde elas vivem precisa de mais energia, ou poder, e para isso eles precisam sequestrar algumas crianças especiais. Enquanto isso, uma cidade inteira sofre com o desaparecimento coletivo de todas as suas crianças, e uma irmã que estava viajando no momento resolve contratar dois detetives para descobrir o paradeiro do irmão mais novo.
Não é uma história simples, é cheia de personagens espalhados por tudo quanto é canto e com motivações extremamente distintas. Os capítulos vão alternando o grupo de personagens e o momento da narrativa, de forma que as coisas fiquem menos confusas. Mas existe um limite do que é possível fazer quando o total de capítulos soma apenas 200 páginas.
O enredo promete mais do que entrega nesse espaço, e a história sofre com momentos muito perdidos e sem sentido no meio de um excesso de informação. As personagens ficam muito simples e cartunescas, mesmo para histórias em quadrinhos. E no fundo, não é uma história para crianças. A impressão que me deu foi daqueles trabalhos de escola onde cada um fazia um pedaço e no final virava um Frankenstein. O que faz sentido, considerando que foram CINCO autores envolvidos. E sim, eles dividiram os capítulos entre si.
Uma boa ideia que não teve a atenção que merecia.
Nota 5.