A minissérie Adolescência apresentou diversos jovens para a TV europeia e do mundo, mas muita gente acha que essas atrizes e atores surgiram de uma descoberta por acaso. E não é bem assim. Uma reportagem do The Guardian traz críticas de professores e escolas de atuação que ajudaram a formar o elenco de atrizes e atores e que reclamam da falta de reconhecimento. Além de injustiça, a noção de que artistas só surgem quando são vistos atrapalha o próprio teatro, fonte inesgotável de evolução da atriz ou do ator.
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O trabalho no ‘teatro de base’ forma centenas de amantes da arte de atuação e os melhores passam a encarar isto como uma profissão. Alguns poucos alcançarão sucesso e terão uma remuneração digna enquanto um número muito menor pode obter uma grande fortuna financeira. Em adolescência, nomes como Fatima Bojang e Owen Cooper se destacam não apenas pela sua juventude mas pelas dimensões que dão as emoções de seus personagens. Qualquer adolescente tem essas camadas, mas trazê-las na forma do atuar é o que mostra que além de talento foram bem lapidados por professores e cursos. Mas como foram encontrados?
Shaheen Baig, diretora de elenco da minissérie Netflix, visitou duas escolas de teatro do Reino Unido que trabalhavam com crianças em comunidades carentes e sub-representadas. Uma delas, Articulate Drama School and Agency, que integra formação e agenciamento de jovens atrizes e atores, revelou estrelas no drama MOB.
“Não há elogios suficientes para os professores de teatro em todo o país que fazem um ótimo trabalho comunitário com muito pouco apoio financeiro ou reconhecimento”, explicou Baig em seu instagram. Não foi uma publicação espontânea. Diversas reportagens no Reino Unido e no mundo colocam Adolescência como uma produção que descobriu o elenco na rua ou coisa parecida. O protagonista Owen Cooper, por exemplo, frequentava aulas semanais do grupo e, além de MOB, integrou outras peças profissionais.
Além de Owen, a escola colaborou com mais duas estrelas. Amélie Pease, 18, que interpreta a irmã de Jamie, Lisa e Fatima Bojang, 18, que dá vida a personagem Jade. Divulgando como sua estrada começou outros adolescentes e crianças podem se interessar pelo estudo do teatro e descobrirem mais sobre si mesmos. Ou até mesmo uma nova profissão. No Brasil, a Nós do Morro desenvolve um trabalho semelhante e que já ajudou a formar o elenco de novelas, séries e filmes brasileiros.
Os quatro episódios de Adolescência estão disponíveis na Netflix.
