Dirigido por Walter Lima Jr. (A Ostra e o Vento), Ele, O Boto talvez seja um dos filmes mais subestimados da história do cinema nacional. Embora filmado em 1987 e sem os recursos de efeitos especiais, a produção com Dira Paes e Carlos Alberto Riccelli compensa tudo com excelentes atuações e uma direção hábil que tornam essa história uma das mais marcantes para quem gosta de temas como fantasia ou folclore no cinema.
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O filme explora a lenda do boto-cor-de-rosa, que vive nas águas da Amazônia e se transforma em um homem bonito e elegante capaz de seduzir qualquer mulher. Com uma narrativa que faz a lenda se confundir com uma típica história de pescador, Ele, o Boto se propõe a recontar o mito e explicar sua eternidade como um filme que alterna entre gêneros como romance, terror e realismo fantástico.
Além de Ricelli e Dira em ótimas atuações, o filme conta ainda com Ney Latorraca como o grande antagonista do personagem principal. No papel do empresário Rufino, ele quer não apenas explorar comercialmente a região como matar qualquer criatura que lhe impeça de manter sua relação com a jovem Tereza (Cássia Kis). Completam o elenco nomes bastante conhecidos da TV e teledramaturgia brasileira como Rolando Boldrin, Lutero Luiz, Marcos Palmeiras e Tonico Pereira, entre outros.
Sem exibições na TV brasileira além do Canal Brasil, Ele, o Boto acabou um pouco esquecido por muitos cinéfilos. Mas em tempos do sucesso de Cidade Invisível é uma produção que vale a pena ser revisitada e discutida. Será que podemos esperar uma continuação?