‘Constelação’ é a série sci-fi do ano

Depois da série Dark e do filme Gravidade, Constelação chega para ocupar seu ligar no espaço-tempo entre as grandes produções sci-fi do século. A história aborda uma missão espacial Europa-Estados Unidos para experimentos no espaço. Porém, um forte choque de algum objeto não-identificado abala as estruturas da estação em que o grupo de seis astronautas se encontra e causa um acidente deixando uma baixa para trás. E agora?

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Contrariando suas chances de escapar viva, Jo (Noomi Rapace) assume o comando, libera seus companheiros para partir na nave de fuga intacta com apenas quatro lugares e permanece para consertar a outra opção de fuga. Ao sobreviver, ela percebe que pode ter voltado para uma vida um pouco diferente da que tinha assim como sua filha Alice (interpretada pelas irmas Davina e Rosie Coleman) tem dificuldades para entender as lembranças de uma mãe que é a sua mas não age igual ao que ela se recorda.

Constelação, como você pode imaginar, usa e abusa do conceito de multiverso que vimos em tantos filmes mas de um jeito que nunca vimos antes. A criação de Peter Harness, se agrupa com um elenco afiado, que consegue dar o tom dos mesmos personagens em versões sutilmente diferentes e conflitos que a humanidade apenas teoriza que poderiam acontecer. Mesmo com alguns clichês (como usar o nome “Alice” numa jornada destas) trata-se de uma primeira temporada muito original que nos deixa bem ligados no que vai acontecer e em tudo que podemos esperar a seguir.

Nota: 10

Spoilers: Entendendo o final de Constelação

No fim da primeira temporada, Jo parece conformada que jamais vai conseguir retornar para seu universo e sua Alice ao mesmo tempo que a Alice do universo que permanece parece feliz em ter uma mãe mesmo que não seja exatamente a sua. Porém isso leva a outros problemas. Grávida, ela não sabe como um feto gerado por realidades diferentes pode nascer. Além disso, o final da série confirma que pessoas mortas e transportadas para outras realidades continuam, de alguma forma, existindo como uma versão mais sombria de si mesmas. Por isso, o cadáver de Jo se move na outra realidade e a alma de Paul Lancaster (Willian Catlet) e da cosmonauta Irene Lyschenko (Barbara Sukowa) continuam influenciando e conversando com os vivos do mundo que seus corpos estão.

Além disso, Bud e Henry (Jonathan Banks) trocam de corpos de uma forma que pode explicar outros conflitos. Bud estava insatisfeito com sua vida e seguiu esse caminho conscientemente, mas possivelmente o mesmo ocorre com Irene, Jo e Paul quando correm risco de vida e com Alice ao se desperar em busca da mãe. O que voê acha?

Confira o trailer da série: