Conclave dá o seu recado em pouco mais de duas horas de filme. Uma das surpresas do Oscar, o filme parece forte em pelo menos cinco categorias: melhor roteiro adaptado (o filme adapta o roteiro homônimo de Robert Harris), melhor ator (com um trabalho incrível do veterano Ralph Fiennes), melhor figurino e melhor direção de arte. Mesmo que perca todas, talvez a grande vitória esteja em trazer esperança de renovação para a Igreja Católica.
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O papá esta morto. O colégio de cardeais deve decidir quem será o novo pontífice sob a coordenação de Lawrence (Ralph Fiennes), conhecido também como Cardeal Lomeli, encarregado de garantir que todo protocolo seja seguido. Mas Lawrence se vê cercado de desafios quando descobre indícios de desvios financeiros que os demais cardeais desconhecem e ainda precisa lidar com um cardeal nomeado em segredo pelo papa (Carlos Diehz). Ele precisa decidir se intervém para evitar o retrocesso conservador da Igreja sob o comando do cardeal Godofredo (Sergio Castellitto) ou entrega para Deus esse destino.
Conclave é um filme que aposta na surpresa e entrega. Difícil desgrudar da cadeira com reviravoltas que tornam uma eleição a papa algo tão emocionante, mas ao mesmo tempo o roteiro de Peter Straughan e Robert Harris passa um recado gentil e bonito para o catolicismo, como uma religião que pode representar a esperança antes de agir pelo medo. Com atuações que prendem a atenção o filme edifica, mas não panfleta. Em tempo de bobagens como Deus Não Está Morto, Hollywood entrega um filme para respirarmos aliviados.
Nota: 8
Confira o trailer legendado de Conclave: